O Conselho Superior do Ministério Público de Mato Grosso arquivou, hoje, por unanimidade, o pedido do governador Pedro Taques (PSDB) para que o promotor de justiça Mauro Zaque fosse impedido de atuar em processos contra o governador e seus secretários. O procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, os procuradores Flávio Fachone, Luiz Scaloppe, Mauro Delfino, Luiz Eduardo Jacob, Eliana Ayres, Helio Faust, Mara Ligia Barreto, Edmilson Pereira e Domingos Sávio negaram o pedido de Taques, feito em setembro, para que Zaque fosse declarado suspeito para atuar em investigação, processar e se manifestar em qualquer processo relacionado aos grampos telefônicos ilegais ocorridos no âmbito da Polícia Militar em Mato Grosso.
Zaque, que foi secretário de Segurança no primeiro ano do governo Taques foi responsável por denunciar o esquema que teria vitimado centenas de pessoas entre políticos, servidores e até membros do judiciário.
Para o relator do caso, procurador Paulo Prado, o pedido não deveria ser acolhido, uma vez que não há nenhum tipo de investigação contra Taques na Promotoria de Defesa do Patrimônio e da Probidade Administrativa, onde Zaque atua. Prado destacou ainda que Zaque sequer tem competência para investigar quem possui foro privilegiado e deve ser investigado pelo Ministério Público Federal.
“De fato, consoante alhures explicitado não há procedimento algum em curso na 11ª Promotoria de Defesa do Patrimônio e da Probidade Administrativa que tenha por investigado o governador do Estado de Mato Grosso, José Pedro Gonçalves Taques, nem poderia, uma vez que, conforme bem salientou o requerido, trata-se de atribuição privativa do procurador-geral de Justiça”, diz trecho do documento.