O ex-secretário de Estado de Fazenda, da Casa Civil e da Copa, Eder Moraes, vai depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das obras da Copa, na Assembleia, nesta quarta-feira, a partir das 14hs. Ele deve deixar a cela no Centro de Ressocialização de Cuiabá, onde está desde 1º de abril, preso por ordem da justiça federal, em mais uma fase da Operação Ararath
Os deputados membros da CPI requereram que seja providenciada toda a estrutura necessária para o transporte e acompanhamento de Eder até a Assembleia. Ele falar na condição de ex-secretário extraordinário das Obras da Copa (Secopa). Entre os assuntos que possivelmente serão abordados está a atuação dele no processo que culminou na alteração do projeto de implantação do Bus Rapid Transit (BRT) para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) como novo modal de transporte coletivo para Cuiabá e Várzea Grande.
Responsável pela defesa de Eder nos processos referentes à operação Ararath, o advogado Ronan Oliveira deve acompanhar o ex-secretário durante a oitiva. Segundo ele, até o final da tarde de ontem a defesa ainda não havia analisado a fundo a notificação, mas a tendência era de que não recorresse no sentido de tentar adiar ou anular a convocação da CPI.
Sobre o depoimento em si, o advogado antecipou que Eder deve dar sua versão sobre como ocorreu a troca dos modais. O principal argumento deve ser o de que a escolha foi do governo do Estado, à época sob o comando de Silval Barbosa (PMDB), e que ele, como titular de uma secretaria, não detinha um grande poder de decisão sobre o assunto.
Segundo o presidente da CPI, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), neste primeiro momento, Eder deve depor na condição de testemunha. São esperadas dele informações técnicas e dados sobre como se deram as assinaturas de alguns contratos, não apenas os relacionados à implantação do VLT, mas de todas as 56 obras voltadas para a realização da Copa do Mundo de 2014.
“Neste primeiro momento, estamos nos munindo de informação, e a convocação destas pessoas na condição de testemunhas é importante para que nos tragam novos elementos que irão complementar as documentações que temos recebido”, destaca Oscar. O socialista não descarta, todavia, a possibilidade de o ex-secretário ser convocado novamente no futuro, desta vez na condição de acusado por alguma eventual irregularidade constatada durante as investigações.