Para oferecer a denúncia criminal contra os acusados de envolvimento nas fraudes cometidas na licitação para aquisição das máquinas e caminhões pelo governo do Estado, o Ministério Público Estadual tem que demonstrar o grau de participação de cada um dos envolvidos. Essa individualização, de acordo com a promotora de Justiça, Ana Cristina Bardusco, que atua no caso, depende necessariamente da análise criteriosa de todo o inquérito que compreende 56 volumes, com aproximadamente 10,8 mil páginas.
O MPE aguarda também a análise técnica de 20 transferências de sigilos fiscais e bancários. Segundo a promotora de Justiça, muitas informações bancárias requisitadas pelo juízo ainda não foram remetidas pelas instituições bancárias, mesmo com a cobrança efetiva da promotoria. Esclareceu, ainda, que não há pedido de prisão preventiva no âmbito judicial. "O que existe é um relatório elaborado pela Polícia Fazendária, no qual representa por esta providência em relação a dois indiciados. No entanto, a manifestação ministerial ocorrerá no momento do oferecimento da denúncia", explicou a promotora.
A intenção do Ministério Público, segundo ela, é oferecer uma denúncia que inclua todos os envolvidos com a devida responsabilidade em cada um dos crimes que foram cometidos. As investigações apontam indícios para a prática de crimes de fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. "Esperamos que não seja necessária a fragmentação da denúncia para garantir eficiência e celeridade na instrução processual".
Ela explicou também que, dependendo dos resultados das transferências de sigilos fiscais e bancários, novas diligências poderão ser necessárias. A promotora de Justiça esclareceu que o oferecimento da denúncia demandará tempo considerável. "Devido à complexidade das investigações, não estipularmos prazo para a conclusão dos trabalhos", reforçou.