O deputado Wilson Santos (PSDB) disse ao Só Notícias que até a metade de fevereiro deve definir se adere à base de sustentação do governador Mauro Mendes (DEM), de quem foi adversário histórico, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ele confirmou que recebeu o convite do próprio governador, com reforço do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, e que agora está na fase de consultar a “companheirada” na baixada cuiabana e no interior do estado, como a região médio norte, onde tem alinhamento político.
Wilson já realizou reuniões com seus apoiadores em Cuiabá e revelou que a receptividade à proposta foi positiva. “Eu nunca fiz política sozinho e estou ouvindo a base. Ouvi na capital, que sinalizou de forma positiva, e agora vou ouvir a companheirada no interior para até meados de fevereiro tomar uma decisão e dar uma resposta ao governo”, explicou.
Wilson e Mauro São adversários históricos. Disputaram eleições um contra o outro em 2008, com vitória de Wilson para a prefeitura de Cuiabá, e em 2010, quando ambos perderam o governo para Silval Barbosa. Nunca mantiveram relação próxima e chegaram a trocar ofensas públicas. Mesmo quando estiveram do mesmo lado, como na eleição municipal de 2016 (derrota de Wilson para Emanuel Pinheiro), a relação não foi boa. “Eu nunca guardei mágoa de ninguém e não faço política com rancor. O Estado é maior do que tudo isso e o que aconteceu tem que ficar no passado. Temos que pensar no futuro e tocar a bola para frente”, declarou o tucano.
O parlamentar chegou a explicar, em tom bem humorado, que não é ele que está “maurando”, mas o governador que está “tucanando”. Segundo Wilson Santos, a gestão de Mauro Mendes se assemelha aos governos do PSDB ao promover a redução de gastos e da máquina pública para economizar e investir em todas as áreas.
“O Mauro está, guardada as devidas proporções, fazendo um governo igual ao de Dante de Oliveira e de Fernando Henrique Cardoso. Está reduzindo o custeio com a máquina pública para sobrar dinheiro que vai ser investido em estrada e educação, por exemplo”, justificou.
Wilson Santos ressaltou que não deverá ter dificuldade em se alinhar, uma vez que já votou com o governo, por exemplo, na taxação do agronegócio e na minirreforma da previdência, e que pretende manter seis princípios políticos.
“Já votei com o governo naquilo que entendi ser positivo para o Estado. Votei contra em outras situações, como na minirreforma tributária, naquilo que não concordo, e no que achei que dava para melhorar, propus emendas”, concluiu.