Mais uma tentativa para garantir o suprimento de gás natural em volume suficiente para atender a geração térmica em Mato Grosso será feita nesta quinta-feira. Desta vez, a mesa de negociação será montada na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, com a presença do governador Pedro Taques (PSDB), do secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), Leopoldo Mendonça, do presidente da MT Gás, Emanuel Figueiredo e do vice-presidente do Sistema Federação das Indústrias (Fiemt), Gustavo Oliveira. Ao presidente da Petrobras, Pedro Parente, a comitiva mato-grossense irá pleitear que seja firmado contrato para fornecimento de gás em volume maior e diretamente à MT Gás.
O pedido já havia sido apresentado pelo governo estadual à direção da Petrobras em outubro do ano passado, relembra o presidente da MT Gás. Para atender a Usina Termelétrica de Cuiabá (UTE Mário Covas), paralisada há 11 meses por falta de gás, são necessários 2,24 milhões de metros cúbicos diários. A usina é o principal consumidor do insumo no Estado e tem capacidade para gerar 480 megawatts (MW) de energia e suprir cerca de 40% da demanda energética de Mato Grosso.
Atualmente, apenas os segmentos industrial e veicular têm recebido o combustível, fornecido diretamente pela Bolívia à MT Gás. “Chegar a um acordo com a Petrobras é garantir o equilíbrio no abastecimento”, avalia Figueiredo. Segundo ele, o impasse entre a Petrobras e a Âmbar Energia, que é a proprietária da usina térmica e do gasoduto que transporta o gás até Cuiabá, prejudica os consumidores mato-grossenses. “Hoje nossa discussão com a administração da Âmbar é sobre a viabilidade das operações do gasoduto”.
No mês passado, a administradora da térmica e do gasoduto interrompeu o transporte do gás, situação que voltou a ser normalizada na semana passada, por tempo determinado. Por 20 dias serão transportados 100 mil metros cúbicos de gás natural importado da Bolívia para atender as indústrias e os postos. O motivo para suspensão no transporte do gás foi o vencimento do contrato, vigente até 31 de dezembro de 2017, entre a MT Gás e a Âmbar Energia. O contrato chegou a ser prorrogado por mais 90 dias, até ser interrompido pela transportadora, para novamente ser retomado emergencialmente após mobilização de empresários e medidas judiciais da parte do governo.
Já com a Petrobras, o contrato de venda do gás diretamente à termelétrica de Cuiabá foi interrompido em junho de 2017 por violação de cláusulas contratuais anticorrupção. “A matriz energética gás natural é muito mais vantajosa, o custo para as empresas equivale a um terço do gasto com energia elétrica. É preciso insistir na busca de uma solução porque muito mais empresas poderão fazer uso do gás”, avaliou o presidente do Sistema Fiemt, Jandir Milan.