Em reunião reservada com os principais assessores, o governador Silval Barbosa (PMDB) negou que já existam nomes definidos para a nova Secretaria Executiva da Copa do Mundo. Ele teria desautorizado qualquer indicação antes da apreciação da mensagem que modifica a estrutura, com prevista extinção da Agência Executora da Copa de 2014 (Agecopa), a cargo dos deputados da Assembleia Legislativa. Presidente do Poder Legislativo, José Riva, avocou o debate sobre o assunto, que deve ocorrer na próxima reunião do colégio de líderes, na terça-feira. Silval chamou para si a responsabilidade de escolha dos nomes, que só ocorrerá após aprovação da matéria.
Constituição Estadual prevê que Lei Complementar não pode tramitar em regime de urgência urgentíssima, e somente o colégio de líderes poderia aprovar uma dispensa de pauta para que a matéria tramitasse de forma mais célere, como espera o governo. Alguns deputados resistem à pressa, alertando para a importância da discussão do tema.
Em meio da crise instalada na Agência, com enfrentamento do presidente Éder Moraes e do diretor de Infraestrutura, Carlos Brito, o Executivo consolida alterações fundamentais que visam encerrar com a celeuma, “reduzir a sobreposição de vaidades” sobre o foco principal que são as obras delineadas para o Mundial e dar celeridade ao cronograma de projetos que tem prazo para conclusão seguindo exigência do Comitê Gestor da Copa/Fifa.
Em meio a esse quadro, com anúncio do diretor de Comunicação e Marketing, Roberto França de que poderá não permanecer na direção da estrutura, outro panorama se desenha com choque de gestão que poderá atingir o mais alto posto e também mais cobiçado cargo: o do comando da entidade. Na Assembleia Legislativa, deputados discutem a formação do staff da nova secretaria, tentando evitar que a permanência de nomes como o do atual presidente da Agecopa, Éder Moraes, possa no futuro, resultar em mais embates e disputas políticas.
O conceito da maioria dos parlamentares é de que o ideal seria de que “todos os atuais nomes da Agecopa não permanecessem na nova estrutura”. Existe ainda avaliação do governador sobre eventuais remanejamentos que poderão contabilizar membros da direção da Agência no âmbito da estrutura de primeiro escalão. Mas os debates ainda são prematuros e ele deve amadurecer decisão nos próximos dias.
A posição de Silval diante da crise política foi aprovada pelos parlamentares, que também cobram mais postura de membros da Agecopa em relação as obras para o Mundial.
O embate entre Éder e Brito, gerado pela falta de consenso sobre projeto relativo ao modal de transporte, provocou reação não apenas no Poder Legislativo e governo como também manifestações de representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e ainda da sociedade civil organizada.