O prefeito reeleito Wilson Santos será empossado pela Câmara Municipal de Cuiabá, às 19 horas, em solenidade programada para o Centro de Eventos do Pantanal. A expectativa da organização é que compareçam ao local, diversas lideranças políticas e população em geral. A solenidade terá aproximadamente 30 minutos para apresentação religiosa, com palavra de líderes católicos e evangélicos. “Será uma grande festa popular, com participação de bandas e de personagens que fizeram parte da campanha”, disse o prefeito. A posse marca também, efetivamente, o início da corrida pela sucessão do Governo de Mato Grosso, a ser decidida daqui a um ano e sete meses. Wilson é candidato pelo PSDB.
A par da falta de uma dinâmica maior do ponto de vista organizacional e urbanístico da maior cidade de Mato Grosso, a vitória nas urnas em outubro/novembro, politicamente significou o aval da população para que Wilson Santos concorra as eleição de 2010 ao Governo do Estado. E vai mesmo. O maior indicativo foi a renuncia de Francisco Galindo (PTB) ao mandato de deputado estadual. Galindo era a chave das pretensões políticas de Wilson. Agora, o prefeito corre contra o tempo para provar que é mesmo bom de serviço para suceder Blairo Maggi.
A rigor, Santos chega ao segundo mandato coroado por uma administração essencialmente populista. Exceção da Avenida das Torres, com quem briga com o governador pelo caráter de execução, Cuiabá não recebeu grandes investimentos nos últimos quatro anos. De grande mesmo, apenas o “entravado” dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, do Governo Federal.
Cuiabá ficou em tese com a maior parte do total de recursos programa para Mato Grosso. De R$ 574,5 milhões, a capital ficou com R$ 238,6 milhões, sendo R$ 124 milhões destinados ao projeto Pantanal, em ações de pró-saneamento e ampliação da rede de esgotamento sanitário em Cuiabá, que a cidade responsável pela maior parte da poluição do Pantanal. Com os investimentos em saneamento básico, a meta do governo municipal era ampliar de 23% para 65% o tratamento de esgoto na Capital.
Pelo programa, o restante do recurso para Cuiabá, no valor de R$ 114,6 milhões, está programado para obras de urbanização, pró-saneamento e abastecimento de água. Na área de urbanização, foram contemplados os bairros Jardim União, Vitória e Florianópolis.
“Nesses dois anos do PAC, apenas 9% das obras foram executadas em todo o Brasil. Cinco lotes estão em andamento, mas quatro aguardam as últimas avaliações técnicas da Caixa Econômica Federal (CEF), essencial para liberar os recursos restantes e continuar os trabalhos” – informou o prefeito, no apagar das luzes de 2008. “O cenário para 2009 é muito bom. Até final de fevereiro, Cuiabá será presenteada com duas adutoras de água. Nenhuma outra Pasta tem tanta perspectiva de avanços, com recursos desse programa, quanto a Sanecap”.
Ainda assim, usando a mesma tática de quando era vereador de primeiro mandato, Wilson Santos se manteve sempre com o discurso voltado para os mais humildes. Em quatro anos, Santos usou a velha tabela da parceria, especialmente com o funcionalismo público, a quem pagou em dia.
O município terá no próximo ano, um montante de R$ 1. 041 bilhão que será aplicado nas secretarias de Saúde, Educação, Infra-estrutura, entre outros do município, como: Sanecap, Ouvidoria Geral e Conselhos de defesa de idosos e deficientes. Na queda-de-braço com a oposição da Câmara Municipal, saiu vitorioso, ao ver rejeitada a emenda que trata de estimativa de receita e fixação de despesas, com créditos adicionais suplementares até o limite de 5%.
Sem o aumento do IPTU, “barrado” pela Câmara Municipal na sua derradeira sessão de 2008, Wilson Santos começa seu segundo mandato sabendo que vai enfrentar o maior teste de sua vida: ajudar a tornar Cuiabá uma cidade expressiva do ponto de vista social e econômico. O caos da saúde pública, uma constante dos tempos atuais, por exemplo, precisa ser resolvido urgentemente. A trânsito está uma verdadeira baderna e precisa de ações urgentes e inovadoras. Cuiabá tem, certamente, uma das piores cobertura asfáltica do mundo, cheia de remendos e totalmente irregular – o que facilita a ação dos milhares de quebra-molas espalhados pelas principais vias da cidade.