O chefe do Ministério Público Estadual (MPE), José Antônio Borges Pereira, emitiu uma nota, hoje, criticando a defesa do voto em cédulas de papel nas próximas eleições. Segundo o procurador-geral, os defensores deste modelo “demonstram total desrespeito com a Justiça Eleitoral brasileira, reconhecida como uma das mais avançadas e eficientes do mundo, adotada como referência por vários países”.
José Borges explicou que a nota enviada à imprensa tem por objetivo repelir qualquer iniciativa que atinja a democracia brasileira. “Ao lançar dúvidas sobre a lisura e transparência do sistema eleitoral do país, aqueles que defendem o voto em cédula de papel Estudos científicos, auditorias e mesmo investigações realizadas pela Polícia Federal apurando denúncias de suposta fragilidade e manipulação de resultados nos pleitos, já comprovaram, inequivocamente, que o voto eletrônico do Brasil é transparente, seguro e jamais teve qualquer caso comprovado de manipulação de resultados”.
O procurador ainda lembrou que, conforme o Tribunal Superior Eleitoral, o sistema eletrônico é auditável e acessível aos partidos políticos, órgãos de controle e outras instituições representativas da sociedade civil. “O discurso de que o voto eletrônico é inseguro e inconfiável não passa de aleivosia lançada com interesses nada republicanos”, afirmou José Antônio.
Conforme Só Notícias já informou, nesta sexta-feira, a comissão especial da Câmara dos Deputados derrubou a Proposta de Emenda Constitucional para voto impresso nas eleições, a partir do ano que vem. Foram 23 contrários e 11 favoráveis. Dois deputados mato-grossenses compuseram a comissão. José Medeiros (Podemos), aliado do presidente, foi favorável. Já, Valtenir Pereira (MDB), que é suplente e está exercendo por alguns meses mandato do licenciado Carlos Bezerra, votou contra.
O presidente Jair Bolsonaro esperava que a proposta fosse aprovada na comissão da Câmara. Ele vem questionando a segurança das urnas eletrônicas, levantando suspeitas de possibilidade de fraudes e defendendo o voto impresso.
“Meu voto foi sim para o voto impresso auditável, pois precisamos modernizar o sistema de votação brasileiro. A população saiu às ruas e deixou claro que apenas o voto eletrônico não dá segurança jurídica necessária, além de ferir os princípios de publicidade e transparência. Agora, vamos brigar para que a comissão não arquive a PEC e que ela seja votada no Plenário da Câmara. Perdemos a batalha, mas não a guerra”, afirmou José Medeiros, que é vice-líder do governo na Câmara.