Indiciado anteontem (3) pela Polícia Federal, por crime de corrupção passiva devido ao suposto envolvimento na chamada “máfia dos sanguessugas” – esquema de compras superfaturadas de ambulâncias a partir da aprovação de emendas orçamentárias –, o senador Magno Malta (PR-ES) disse hoje (5), por meio de sua assessoria, não ter sido “notificado oficialmente”.
A assessoria de imprensa da PF informou que o inquérito envolvendo o senador será concluído nas próximas semanas e, depois, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Após análise, o processo será encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR) que a partir do conteúdo das provas poderá oferecer ou não denúncia contra o parlamentar. Caso a denúncia seja feita, o julgamento será realizado no Supremo, já que senadores têm foro privilegiado.
De acordo com a assessoria do parlamentar, Malta “estranhou” a ida de uma delegada e de um escrivão da PF ao gabinete dele, “pois nem a defesa feita no Legislativo pelo senador, no ano passado, a delegada teria lido”. A assessoria da PF negou essa obrigação à delegada e informou que a defesa do senador foi feita durante as investigações realizadas pelo próprio Legislativo, “um processo investigatório diferente do realizado pela polícia”.
Magno Malta encontra-se no interior do Espírito Santo, ainda segundo a assessoria, e já teria acionado seus advogados para cuidar da sua defesa junto à PF. Ao mesmo tempo, “aguarda um pronunciamento oficial da polícia sobre seu possível indiciamento, para só depois se manifestar à imprensa”.
O senador teria ficado “surpreso com a nova investida” da PF, após sua absolvição pela Corregedoria e pela Comissão de Ética do Senado, no ano passado.
A Operação Sanguessuga da PF completa um ano neste mês. Foram investigados 80 parlamentares – entre senadores e deputados – por participação no esquema e apenas a metade deles foi ouvida. Malta é acusado de receber um veículo de Luiz Antônio Vedoin, considerado o chefe desse esquema. O senador negou seu envolvimento, alegando que o automóvel foi um presente do ex-deputado Lino Rossi (MT), que admitiu receber propinas em troca de emendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias, em benefício da empresa de Vedoin.