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Caso dos maquinários e denúncia de incentivos esquentam debate de candidatos

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Os candidatos a governador participam, esta noite, do debate na Tv Record, em Cuiabá. Mauro Mendes, Wilson Santos e Marcos Magno centralizaram ataques e perguntas “ácidas” para o governador Silval Barbosa, candidato à reeleição, que está liderando as pesquisas de opinião. Silval rebateu várias criticas e também atacou Mauro e Wilson.

No primeiro bloco, os candidatos apresentaram as primeiras propostas, caso sejam eleitos. Eles foram questionados sobre o que pretendem fazer, a nível federal, com a bancada parlamentar, para Mato Grosso resolver alguns de seus principais problemas. Silval afirmou que pretende articular apoio para construir hospital público, expandir Ferronorte de Rondonópolis-Cuiabá, outras ferrovias e buscar verbas federais realizar a Copa do Mudo em Cuiabá, terminal de embarque-desembarque em Cuiabá, verba para pavimentar 2.670 km para interligar todos os municípios. Também defendeu a verticalização da economia.

Marcos Magno criticou o governo estadual. “Temos visto descalabrado no Estado. A Educação está em último lugar. Somos governados pelos mesmos políticos. Agora, você tem oportunidade de tirar todos os políticos, que são muitos, e a opção de fazer a melhor escolha. O social foi deixado de lado e priorizado o agronegócio. A maioria da população foi jogada para 2º plano”, apontou, e disse que priorizará o social.

Mauro Mendes afirmou que as responsabilidades para governar o Estado “são enormes em várias áreas. Existem leis importantes a serem revisadas, como código tributário. O cidadão não suporta pagar tanto imposto e ter serviços de baixa qualidade. Pagamos impostos e a saúde não funciona, a educação está ruim. A corrupção é o grande mal que assola nosso país. Por que os políticos se escondem atrás de imunidade parlamentares ? Como governador, trabalharei para reforma tributária, reformar leis estabelecendo igualdade entre Estado e o cidadão”, apontou.

Wilson Santos disse que a primeria ação é “lutar para que as fronteiras possam ser protegidas pelas Forças Armadas. Não dá mais para aceitar a contaminação das pessoas pela cocaína boliviana e drogas de outros países. Buscarei recursos para hidrovias Teles Pires-Tapajos, Paraguai-Paraná, implantar a Universidade Federal do Sul e a do Norte de Mato Grosso. Quero ajudar reforma no código penal para o país ter presídio produtivos. Não dá mais para a população pagar os custos de presos que ficam parados. Pretendo criar duas superintendências do Incra – no Sul e Nortão para regularização de áreas.

2º Bloco

Wilson Santos perguntou a Silval Barbosa sobre caso do superfaturamento dos maquinários e por que seu governo insiste em trancar as investigações na justiça. Silval disse que “primeiro, o governador Blairo Maggi mandou apurar. As empresas já devolveram dinheiro e o que detectamos de irregularidades, lançamos na conta das empresas. O que foi importante foi o objetivo do governo. O Estado não vai sofrer um centavo de prejuízo. O objetivo das máquinas está cumprido. Os maquinários estão trabalhando e mais de 15 mil km de estradas já foram recuperados”. Na réplica, Wilson apontou que o governo entrou com ação para trancar as investigações, que foi autorizado. “É inadmissível que o governo admite roubo de R$ 44 milhões, as investigações estão travadas”, apontou. Silval reafirmou que o Estado tomou todas as providências informando o Ministério Público e a Delegacia Fazendária para proceder as investigações para o governo não ter prejuízos e os possíveis envolvidos foram afastados.

Wilson também questionou Mauro Mendes sobre “qualidades que vê em Silval” para ter sido, em 2008, coordenador de sua campanha na disputa pela prefeitura de Cuiabá e, atualmente, no governo. Mauro disse que “recebeu apoio do PMDB, perdi para o senhor mas continuei de cabeça erguida. Não menti para ninguém, nem fiz falsas promessas. Saí do PR por discordar da forma com que estava sendo conduzido alguns setores do governo. Eu não sabia, por exemplo, do escândalo das máquinas, que soube depois que saí do PR. Mauro insinuou que Silval Barbosa estaria na coordenação do processo da compra das máquinas.

Em seguida, Silval questionou Wilson Santos. Apresentou dados de seu governo (e de Blairo) sobre avanços e investimentos na infra-estrutura e questionou o que pretende fazer neste setor. “Vou atacar a área de hidrovias, a Paraguai-Paraná, que já tem autorização desde 2007, que o atual governo poderia ter iniciado, bem como as hidrovias Araguaia-Tocantins, Teles Pires- Tapajós-Juruena”. Wilson também disse que pretende asfaltar rodovias vitais, como a MT-208 na região de Alta Floresta e uma nova ligando Cuiabá-Rondonópolis.

Silval também questionou Marcos Magno sobre prioridades para área de Turismo. Magno respondeu que, se eleito, pretende assumir a presidência da Agecopa para fortalecer o setor de turismo. Defendeu investimentos na rede de esgoto para viabilizar atividades turísticas.

Marcos Magno questionou Silval sobre origem de suas empresas de comunicação e apontou que outros concorrentes também possuem emissoras de rádios e tvs. Silval respondeu que há transparência nas aplicações de recursos de comunicação e marketing do governo, que visam mostrar as potencialidades matogrossenses. Na réplica, Magno insistiu dizendo que empresas de gestores recebem recursos do poder público. Silval rebateu que, “para nosso grupo, não vai um centavo do Estado. Os potenciais de Mato Grosso são divulgados através dos informes feitos nos meios de comunicação de Mato Grosso”, disse.

Mauro Mendes, respondendo Marcos Magno, disse que Silval mantém rádios e tvs em nomes “de laranjas”. O governador pediu direito de resposta. “É uma calúnia que o senhor está fazendo. Minhas família tem meios de comunicação. É um desconhecimento do candidato. Passei para o nome da família porque quando entrei na vida pública eu fui eleito”.

“É verdade que quando o senhor foi prefeito de Matupá, deixou 3 folhas de pagamento atrasada”?, questionou Mauro. Silval rebateu com ironia: “Chegou o despespero. Todas prestações de contas aprovadas pelo Tribunal de Contas. Na Assembleia, construi a nova sede. Tenho orgulho de ter sido prefeito e fiz administração revolucionária. Não deixei nada atrasado. No Estado, pago salário em dia e até antecipado. O trabalho que fiz lá em Matupá me projetou para ser eleito duas vezes deputado. Mauro disse que Silval tem dois processos “por desvios”, quando prefeito e presidente da Assembleia e apresentou os números aos processos. O governador rebateu reiterando que, na prefeitura e Assembleia, todas as prestações de contas foram aprovadas e atacou Mauro.  “Só de uma campanha que o senhor disputou responde dois processos. Um deles na Polícia Federal por compra de compra de partido (eleições de 2008). Isto é que o senhor deve justificar”, rebateu o governador.

3º Bloco

Wilson Santos afirmou que o há o escândalo de uma indústria de fertilizantes, do Paraná, que foi beneficiada com mudança do decreto para anular dívidas de R$ 150 milhões com o governo de Mato Grosso. Wilson apontou o caso como “escândalo” maior que dos maquinários e afirmou que, enquanto há benefícios para alguns, o comércio é “massacrado, tratado como bandido. O senhor pretende conceder incentivos inescrupulosos como estes ?”, questionou, acrescentando, em outro bloco, que a empresa fez doações de campanha para integrantes do governo.

Silval rebateu as acusações. “Entendo a forma desesperada como senhor se posiciona. Temos incentivado indústrias para se instalar no Estado. Eu confio no ex-governador Blairo Maggi. Ele jamais faria isto pela lisura com que comandou o Estado e fez administração revolucionária. O Estado não isentou esta empresa que você está citando”, rebateu.

Na réplica, Wilson manteve o ataque: “foi verdadeiro presente de papai noel. O decreto é de número 23/11 alterando decreto do ICMs no Estado. Convido V.excia (Blairo) para darmos entrevista coletiva sobre este episódio”.

4º Bloco

A saúde foi o tema central. Wilson e Mauro Mendes atacaram o governo estadual por não terem sido construídos hospitais regionais em Mato Grosso.  O tucano disse que passou da hora de acabar com a “ambulancioterapia”, referindo-se a pacientes que são colocados em ambulâncias para serem atendidos na capital. Mauro questionou a meta de Silval de construir em Mato Grosso 120 UPAs (Unidades de Pronto Atendimentos) sendo que, a nível nacional, o governo federal quer fazer 500. Silval disse que a falta de informação de de Mauro “é impressionante e que ele pensa muito pequeno”. Manteve proposta de 120 unidades, que pretende construir hospital universitário e fortalecer os 5 hospitais regionais.

Bloco final

Mauro questionou Silval sobre posicionamento de Mato Grosso que está em 24º no ranking do Enem. Novamente, Silval chamou Mauro de desinformado. “Nas séries iniciais ficamos em 5º lugar no Brasil; de 5ª a 8ª ficamos em 2º lugar no país. O Enem não serve de base para muitas faculdades no país”. Mauro retrucou que o Enem é “reconhecido”  e a educação no nívem médio não vai bem. Silval, na tréplica, fisse que foram construídas 140 escolas e reformadas cerca de 80.

Wilson questionou Silval sobre relatório do TCE de incentivos feitos pelo governo estadual, “de quase R$ 10 milhões a títulos de incentivos fiscais para a empresa de Mauro Mendes”.  Silval disse que, nada no governo, “vai para baixo do tapete. Não quero fazer nada (investigações), agora, sobre estes R$ 70 milhões de incentivos fiscais para não dizer que é perseguição política. Para micro e pequenas empresas, houve muita desoneração, disse Silval. Wilson disse que não ser contrários aos incentivos fiscais, mas que deve ser respeitada a legislação e o que foi pactuado.

Mauro Mendes solicitou direito de resposta: “Tenho absoluta tranquilidade sobre o assunto. Minha empresa aderiu ao programa de incentivos em 2004, com compromisso de gerar 250 empregos. Geramos em média, 700 empregos. O que o senhor se refere é um lamentável equívoco do tribunal. E alguns profissionais recebema té 18º salário”, apontou.

 

 

 

(Atualizada em 00:25h/ 21/09)

 

 

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