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Carlos Bezerra chefiava a ala política da ”Máfia dos Sanguessugas”, diz procurador

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O ex-senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) juntamente com mais nove ex-parlamentares eram os grandes executores da máfia das ambulâncias que tinha como sede Mato Grosso e deram aos cofres públicos um prejuizo superior aos R$ 110 milhões. Carlos Bezerra, segundo avaliam os policias federais responsáveis pelas investigações exercia, em troca de poupuda propina, o “comando político” da máfia dos sanguessugas para que “os golpes contra o Orçamento União pudessem fluir”. Esta revelação foi repassada ao site 24 Horas News pelo procurador da República Mato Grosso,Mário Lúcio Avelar. Ele encaminhou esta denúncia para a Justiça Federal.

O procurador confirmou ao site que os “golpes” começaram em 2001. Além dos dez congressistas, mais 71 pessoas, incluindo 27 assessores e ex-assessores parlamentares, foram denunciadas por lavagem de dinheiro, corrupção, formação de quadrilha e crime contra a lei de licitações.

Na denúncia, o procurador geral Mário Avelar informa que o comando não se limitou a ex-deputados, pois continuou em 2003. O procurador diz que 63 de um total de 65 emendas ao Orçamento apresentadas pelo deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), atual segundo-secretário da Câmara, beneficiaram a máfia dos sanguessugas.

O ex-senador Carlos Bezerra em conluiu com os ex-deputados recebiam propina, segundo Avelar, para apresentar emendas ao Orçamento destinadas à compra de ambulâncias superfaturadas por prefeituras. O pagamento de propina, segundo o procurador, era feito pela Planam. Pela denúncia, baseada no livro-caixa da Planam:

1) O ex-senador Carlos Bezerra recebeu “da empresa Planam, nos dias 23 de maio e 18 de junho de 2002, as quantias de R$ 12 mil e R$ 10 mil”;

2) Laire Rosado (RN) recebeu “de janeiro a abril do ano de 2002, 19 pagamentos indevidos, em valores que variavam de R$ 5.000 a R$ 115 mil”;

3) Múcio Gurgel de Sá (RN) recebeu, em “abril de 2004, seis pagamentos que variavam de R$ 5.000 a R$ 15 mil”;

4) Renildo Leal Santos (PA) recebeu, “entre abril e junho de 2004, três pagamentos de R$ 10 mil a R$ 13 mil”;

5) Cândido Pereira Mattos (RJ) ganhou em “22 de fevereiro e 26 de março de 2002”, “de R$ 20 mil e R$ 10 mil”;

6) Itanildes Orlando Fernandes (RJ) recebeu, “entre os meses de fevereiro e maio de 2002, […] quatro pagamentos de R$ 4.000 a R$ 5.000”;

7) José Carlos da Fonseca Júnior (ES) recebeu, “em abril de 2002, dois pagamentos que somam R$ 12 mil”;

8) Joaquim dos Santos Filho (PR) recebeu em “11 de março de 2002 R$ 30 mil”.

O ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC), preso em Cuiabá, aparece em escutas telefônicas fornecendo sua conta bancária, em 2005, à Planam para depósito de R$ 16,5 mil. Livre graças a um habeas corpus, Carlos Rodrigues (RJ), que era do PL, é acusado de ter recebido R$ 50 mil em propina, após a liberação de emenda de R$ 700 mil em janeiro de 2006.

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