Passados três dias das eleições, os vereadores eleitos comemoram e, os que não conseguiram, lamentam, principalmente os que ficaram entre os mais votados em diversas cidades do Nortão. Eles estavam em partidos que não fizerem o coeficiente eleitoral necessário e, outros, ficaram fora pela sobra do coeficiente.
Para garantir vaga na câmara de vereadores o partido tem que atingir o coeficiente -que é o número de votos válidos dividido pelo número de vagas na câmara-. Assim, se um município tiver 10 mil votos válidos para vereador e a câmara tiver 10 cadeiras, por exemplo, o coeficiente será mil votos. Partidos que, na soma total dos candidatos não atingir o número do coeficiente, não terão representantes no legislativo municipal.
Só Notícias apurou que, em Lucas do Rio Verde esse dissabor foi sentido pelo vereador Jilocir Pelicioli, o Mano (PSDB), que disputou o terceiro mandato. Mas foi candidato único do partido e foi o vice-campeão em votos: 1.682. O terceiro mais votado, Paulo Nunes (PP), que fez 1.252 votos também não conseguiu vaga. Os partidos de ambos concorreram sem coligação e não conseguiram atingir o coeficiente necessário, que foi de 1.902. Por outro lado, a coligação onde estava Pedro Góis, por exemplo, garantiu sua eleição com 512 votos.
Em Sinop, onde a câmara tem 11 vagas, a candidata Zeila (PR) foi a 7° mais votada e Carlão Coca Cola (PSDB) o 11°. Ficaram fora por o partido eleger representantes mais votados pelo coeficiente e a sobra não garantir vaga para eles. O PR fez legenda, como é conhecido o coeficiente, para eleger um candidato, que foi Leozenir Severo e o PSDB fez legenda para três: Hedvaldo Costa, Francisco Junior e Fernando Assunção.
Em Sorriso, que terá dez vagas na casa, o candidato Bruno (PDT) foi o 7° mais votado com 837 votos e não se elegeu, bem como Adilson (PT) que foi o 9°, com 750, e Volmar (DEM), o 10ª, com 685. Em Cláudia, o candidato Maurício (PR) foi o 4° mais votado, com 300 votos e ficou fora.
Esses são só alguns exemplos dos casos que aconteceram em praticamente todos os municípios. O coeficiente é usado para escolha de vereadores, deputados estaduais e federais. Para senador da república a regra não é aplicada, elegendo-se os mais votados. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estuda acabar com a regra.