O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), foi sondado pela Presidência da República para assumir as obras do PAC de Cuiabá, mas o próprio chefe do Executivo estadual já descarta tal possibilidade porque delegou algumas execuções de obras, como o Projeto Pantanal (R$ 124 milhões), para gerenciamento da Prefeitura de Cuiabá, responsável pelo processo de licitação e contratação das construtoras, hoje sob suspeita.
Além disso, ao assumir a execução das obras, o governador teria, obrigatoriamente, que determinar a realização das licitações. O PAC seria pauta de uma reunião entre o presidente Lula e governador Blairo Maggi que deveria acontecer hoje, mas acabou sendo cancelada.
Maggi resiste em gerir o PAC por causa dos problemas que viriam junto com o mesmo, ou seja, assumir agora traria junto toda a irregularidade cometida e que seriam muitas e provavelmente deverão se arrastar por muitos meses, já que a Justiça e a Polícia Federal ainda fazem levantamentos em documentos e computadores que foram apreendidos através dos 22 mandados de busca de apreensão cumpridos em Cuiabá e nas capitais, São Paulo, Goiânia e Brasília.
Ao prefeito Wilson Santos (PSDB) estaria sendo recomendado que o mesmo repassasse ao Estado a execução das obras e o processos que totalizam R$ 238 milhões somente na Capital mato-grossense, fora os recursos de Várzea Grande que elevariam o montante, que se encontra sob suspeita para R$ 400 milhões, segundo o relatório da Justiça Federal repassado a toda imprensa por determinação do juiz Julier da Silva.
O fato da gestão do PAC passar das mãos do município para a responsabilidade do Estado, exigiria no mínimo que as licitações fossem anuladas e novos processos licitatórios realizados, o que representaria pelo menos, seis meses de atrasado no cronograma de obras que já enfrentava dificuldades por causa das impropriedade apontadas pela Controladoria Geral da União (CGU).