Além da própria assinatura, Lúdio afirmou ontem que os vereadores Ivan Evangelista (PPS), Domingos Sávio (PMDB), Sérgio Cintra (PDT) e Francisco Vuolo (PR) demonstraram apoio à criação da CPI da Saúde na Câmara. O petista alega que o sistema de saúde entrou em colapso e a Câmara tem a obrigação de investigar a crise externada com a greve e pedido de demissão de médicos da rede pública.
Através da assessoria, Lúdio pondera ainda que dados do Datasus revelam crescimento no volume de recursos transferidos para o município aplicar em saúde. "Somente para os serviços de média e alta complexidade, Cuiabá recebia em janeiro de 2005, de transferência direta fundo a fundo do Ministério da Saúde, R$ 4, 7 milhões por mês. A partir de 2008, o valor da transferência mensal para o município custear estes serviços passaram a 8,7 milhões de reais por mês, o que equivale a um aumento de 86%".
A criação da CPI na Assembleia já provocou na semana passada um intenso bate-boca entre vereadores ligados ao prefeito Wilson Santos e a oposição. O líder do Executivo na Câmara, Paulo Borges (PSDB), argumenta não existir um fato concreto que justifique uma CPI. A bancada também não poupou críticas ao deputado Percival Muniz (PPS), responsável pela criação da CPI na Assembleia. "Ele é um fanfarrão. Só conhece Cuiabá porque ele tem que ir ao prédio da Assembleia. Nunca se preocupou com a Capital", afirmou.
Por trás do bate-boca está na verdade o constrangimento dos vereadores perante à opinião pública, já que a CPI soa como um recado dos deputados no sentido de que a Câmara não estaria investigando os problemas do município.
Além da Assembleia Legislativa, o prefeito Wilson Santos (PSDB) pode ser obrigado a dar também satisfação a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Cuiabá. Isso porque o vereador Lúdio Cabral (PT) já possui cinco assinaturas a favor de uma investigação no Legislativo municipal, duas a menos que o mínimo necessário.