PUBLICIDADE

Câmara não cassa deputado acusado de envolvimento no mensalão

PUBLICIDADE

A Câmara dos Deputados decidiu na noite desta quarta-feira pela absolvição do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). A contagem dos votos terminou com 250 votos contra a cassação, 162 favoráveis, 22 abstenções e 8 brancos. Dos 450 deputados que marcaram presença no painel eletrônico, 443 depositaram seus votos nas urnas junto à mesa dos trabalhos.

Queiroz era acusado de ter intermediado a transferência de recursos do PT para o PTB, sem prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Em entrevista, o deputado desmentiu ter feito acordo com outros deputados ameaçados de cassação para que votassem a seu favor, em troca da abertura de precedente que os favorecesse mais tarde. Queiroz disse que fez um trabalho individual de convencimento junto a cerca de 500 deputados, aos quais explicou sua versão dos fatos. Em seu discurso de defesa no Plenário, Queiroz tentou se livrar das acusações de ter intermediado a doação dos recursos do PT para o PTB, sem prestação de contas, culpando o receptor do dinheiro. “A responsabilidade pela contabilização dos recursos não era minha”, disse.

Queiroz lamentou a ausência do relator de seu processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Josias Quintal (PSB-RJ), que está hospitalizado. “Ele me fez um grande favor ao dizer à imprensa que eu não me apropriei de qualquer centavo. Para mim, isso é até mais importante do que o meu mandato, pois a minha honra foi lavada”, afirmou.

O deputado Nelson Trad (PMDB-MS) leu o parecer aprovado no Conselho de Ética favorável à cassação de Queiroz, em substituição a Josias Quintal. De acordo com o parlamentar, Queiroz deve ser cassado porque cometeu um “deslize indesculpável”, ao intermediar o recebimento de R$ 450 mil para o PTB nacional e para candidatos do partido às eleições municipais em 2004. O dinheiro foi repassado, em nome do petebista, pelas empresas de Marcos Valério. Parte a pedido do PT nacional (R$ 350), parte a pedido da empresa Usiminas (R$ 102 mil).

“Ao intermediar as verbas para seu partido, o deputado Romeu Queiroz portou-se de forma indevida porque permitiu que transações fossem feitas sem que a Justiça pudesse avaliar e fiscalizar, uma vez que as doações não foram contabilizadas”, disse Nelson Trad, um dos parlamentares há mais tempo na Câmara dos Deputados.

“Estou descendo a montanha da vida, tenho uma idade que não me impedirá de vir aqui e pedir a punição de um colega que cometeu um deslize indesculpável. Tenho 52 anos de vida pública e não tenho tempo para me arrepender. Estamos aqui para salvar o nome e a honra do Congresso Nacional”, afirmou.

Tendência
O líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), disse que o resultado da votação do processo contra Queiroz pode indicar o comportamento do Plenário nos outros casos de perda de mandato. “Essa votação tem um certo simbolismo”, afirmou.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE