A segunda semana de maio. Esta é a previsão de quando o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “do Paletó” deve ser colocado em votação na Câmara de Cuiabá. Os vereadores que investigam o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) mantiveram o fim da fase de oitivas do processo que apura uma possível quebra de decoro por parte do emedebista.
Apesar disso, o prefeito ainda poderá esclarecer as imagens em que aparece recebendo maços de dinheiro, gravadas na época em que ainda era deputado estadual. O depoimento dele está agendado para a próxima sexta-feira (23). Como se trata de um convite e não de uma convocação, a defesa de Pinheiro já antecipou que ele não comparecerá.
Na reunião de ontem, ficou deliberado que a CPI terá mais dez dias de prazo para colher provas relacionadas à investigação. Além da suposta propina paga a Emanuel, segundo a delação do ex-governador Silval Barbosa, os vereadores apuram uma eventual tentativa de obstrução de Justiça por parte do prefeito. O ex-secretário de Estado Alan Zanatta, amigo do emedebista, gravou uma conversa com o ex-chefe de gabinete Sílvio Corrêa Araújo numa suposta tentativa de inocentar Emanuel das acusações de Silval.
Após o término do prazo para recolhimento de provas, o relator da CPI, vereador Adevair Cabral (PSDB), terá mais 15 dias para elaborar o relatório final. Durante os cinco dias seguintes, o texto será analisado pelos demais membros da CPI. Depois, haverá mais cinco dias de prazo para avaliação do restante dos vereadores. Em seguida, o documento deve ser colocado em votação no plenário. Vereadores da oposição tentaram ao longo desta semana esticar o período de investigação.
Dilemário Alencar (Pros) apresentou um requerimento pedindo a anulação de outro, de autoria do presidente da Mesa Diretora, Justino Malheiros (PV) e já aprovado, que culminou com o fim da fase de oitivas. A proposta, assim como outras, também de parlamentares que não compõe a base aliada de Emanuel Pinheiro acabaram rejeitados.
A reunião da CPI acabou sendo marcada por gritaria e bate boca entre os vereadores. Renivaldo Nascimento (PSDB) se irritou com Felipe Wellaton (PV) e tentou arrancar um celular de suas mãos. O tucano defendia o requerimento de Malheiros – que, segundo a oposição seria uma manobra para “abafar” as investigações – enquanto era filmado pelo vereador do PV.
Apesar de alegar agressividade por parte de Renivaldo, Wellaton disse que o assunto será discutido internamente e que não vai “polemizar”. Ele descartou, a princípio, uma representação junto à Comissão de Ética contra o colega de Legislativo.