A sessão da Câmara de Sorriso desta segunda-feira novamente foi polêmica. Ainda com a pauta obstruída, a ordinária foi encerrada mais cedo. Diferente das sessões anteriores, desta vez não houve abertura da palavra aos vereadores. A decisão foi tomada pela bancada de oposição após os vereadores receberam cópia da escritura de doação direta da área no Rota do Sol ao IFMT, entregue pelo líder do governo, vereador Vanzella (DEM), momentos antes do início da sessão. Os vereadores não concordam com a atitude tomada e se resguardaram do direito de discutir com o grupo que atitudes deverão ser tomadas de agora em diante. "Como a pauta está trancada e não podemos votar nada entendemos por bem paralisar a sessão, para discutir com os vereadores que rumo vamos dar ao trancamento da pauta. Uma coisa é certa, nós não concordamos com isso, porque as regras são claras, quando se trata de doação tem que ter aprovação da Câmara. Logo, o prefeito quebrou o princípio da legalidade não respeitando uma decisão do Legislativo, em função de defender os seus interesses", explicou Chagas.
Durante a sessão foi lido um pedido da bancada oposicionista para abertura de processo de cassação do mandato do vereador Cícero Zimmermann (PMDB) por quebra de decoro parlamentar. O vereador firmou e mantêm contrato com a administração municipal e recebeu no ano passado R$ 67 mil para prestação de serviços na prefeitura, com o agravante de que o prefeito municipal é seu correligionário de partido. "A Lei é clara ao falar da cassação do diploma. O vereador Cícero é diplomado como suplente e cometeu um crime ao assumir a Câmara prestando serviços a prefeitura. Temos todos os documentos que configuram crime de decoro parlamentar e improbidade administrativa por parte do prefeito. Será formada uma comissão de ética e disciplina para investigar os crimes", garantiu. Os vereadores já protocolaram a denúncia no Ministério Público, exigindo investigação para apurar crime de responsabilidade praticado pelo prefeito ao contratar a empresa do vereador. Exaltado, Cícero pediu o direito de se pronunciar. "Me atacaram agora quero meu direito de resposta", gritou. Mesmo com o protesto do parlamentar, o presidente da Casa manteve a decisão de encerrar a sessão, alegando que a medida serviria para preservar a integridade física de algumas pessoas.
Também foi lida na sessão uma carta de repúdio do 1º suplente de vereador do PDT, Bruno Stellato, sobre as acusações que o vereador Cícero Zimmermann fez contra ele alegando à imprensa local que teria recebido salário de vereador e de servidor da Câmara ao mesmo tempo, durante o período de três meses que assumiu uma vaga no legislativo. No conteúdo da carta consta que "tal afirmação é completamente improcedente, desprovida de qualquer fato ou fundamento que justifique a acusação", e o suplente pede a Mesa Diretora da Casa de Leis, providências com relação às falsas acusações.