A câmara municipal acaba de aprovar uma moção de repúdio, assinada pela maioria dos vereadores, ao ato do governador Pedro Taques por não ter concedido, a Revisão Geral Anual (RGA) de 11,28%, aos servidores estaduais, que entraram em greve, por tempo indeterminado. A decisão é pelo fato do governo "não adotar medidas urgentes de valorização dos servidores ao não efetivar o RGA". "Apoiamos também os servidores da Educação que reivindicam concurso público considerando que a pasta está com 60% dos servidores contratados". Na moção, os vereadores questionam: "o que o governador está fazendo para reduzir os gastos?” e conclui solicitando "que respeite os servidores"
A moção foi assinada pelos vereadores Roberto Trevisan (Betão), Dalton Martini, Hedvaldo Costa, Roger Schallenberger, Ticola, Wollgran Araújo, Ademir Bortoli, Carlão, Francisco Specian, Ticha, Mauro Garcia, Fernando Brandão e Negão Semáforo. O vereador Fernando Assunção, um dos principais aliados de Taques, votou contra.
O vereador Júlio Dias disse que, "apesar de fazer parte da base aliada do governador, entendo que temos que encontrar solução. O governador é um homem inteligente e acredito que o maior desejo de um gestor é ter seus funcionários motivados, felizes", discursou. "Temos que reconhecer os avanços. Num passado não muito distante, era preciso procurar clubes de serviços e entidades para viabilizar combustível para polícia", lembrou, referindo-se a um dos vários problemas solucionados. "Pena que não temos como fazer uma moção de repúdio ao outro gestor (Silval Barbosa)".
Wollgran Araújo, também aliado do governo, disse que "o ato (de não pagar o RGA) eu não comungo. É atitude muito infeliz. O governo passado foi problemático, altamente infeliz, tanto que está preso. Mas não se pode justificar uma ação atual com erro do passado", cobrou.
O vereador Fernando Assunção (PSDB) disse, em discurso, que se mantém à disposição dos servidores para "a interlocução aos deputados e ao governo visando tratar das reivindicações".
O presidente da câmara, Mauro Garcia (PMDB), disse que a moção "não é nada pessoal ao governador. Mas, sim, contra a ação do momento por não ter dado o que é de direito do servidor. Mas repudiamos a decisão de não conceder o que é de direito dos servidores".
Servidores de várias categorias estiveram, no plenário da câmara, acompanhando a votação da moção.
O governo ofereceu, aos servidores, 6% de RGA, mas não foi aceito. A expllicação para não concerder os 11,28% é que causaria um impacto de R$ 628 milhões na folha salarial deste ano. Mato Grosso já estourou o limite máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para gastos com salários. Atualmente 50,5% da receita do Estado é destinada ao pagamento de servidores, sendo que o limite máximo é de 49% da receita. O governo também alega que courtou 25% das despesas.
(Atualizada às 08:34h em 7/5)