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Câmara de Lucas decide nesta 2ª se aceita denúncia contra vereador que chamou colega de “hiena” e “oportunista”

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: assessoria)

A câmara de Lucas do Rio Verde vai decidir, nesta segunda-feira, se aceita ou não a denúncia contra o vereador Marcos Paulista (PTB) por suposta quebra de decoro parlamentar. A denúncia foi movida pela vereadora Ideiva Foletto (Cidadania), que foi chamada pelo colega de “hiena”, “oportunista” e “ladra de ideias”. As ofensas ocorreram na sessão do último dia 12.

Dois dias depois, Ideiva registrou um boletim de ocorrência contra Paulista. À Polícia Civil de Lucas do Rio Verde, a parlamentar afirmou que foi agredida verbalmente pelo colega. Disse também que se sentiu ameaçada, quando o colega de plenário afirmou que a vereadora iria “aprender a lidar com testosterona avançada”. No boletim, Ideiva ainda garantiu que não foi a primeira vez que foi agredida verbalmente pelo vereador, mas que não havia registrado boletim de ocorrência nas outras vezes.

Na denúncia que será lida na câmara, constam atos de repúdio emitidos por diversas entidades em apoio à vereadora e contra Paulista. Os manifestos são do partido Cidadania, da Ordem dos Advogados do Brasil, do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e da Associação dos Contadores de Lucas do Rio Verde.

O prefeito Miguel Vaz também se solidarizou com a parlamentar. “Não se trata somente de falta de respeito à mulher, é falta de respeito ao ser humano. A câmara de vereadores é lugar de debates de projetos que visam o bem da sociedade e não de violência”, disse o gestor.

Em nota, a assessoria de Marcos Paulista disse que ele foi provocado diversas vezes por Ideiva. No entanto, reconheceu que “nada justifica” a sua conduta e, por isso, pediu desculpas pelas falas durante a sessão.

“Queremos esclarecer que o vereador não oferece risco algum à integridade física da vereadora. Pois sequer a ameaçou ou a ameaçaria. Foi uma infelicidade grande a sua fala, a qual serve de aprendizado a todos, de como não devemos agir, independente de ser mulher ou homem. A questão não é o sexo e sim o respeito”, diz trecho da nota emitida pela assessoria do parlamentar.

Ao Só Notícias, o próprio parlamentar também esclareceu que a discussão ocorreu durante o debate sobre a Revisão Geral Anual (RGA) dos professores. “Naquele momento, eu defendia um aumento maior, segundo a demanda da própria categoria, que era 18,98%. O prefeito estava mandando (um aumento) de 12%. Interrompemos a sessão, em que foi sugerido, por mim e pelo vereador Márcio Albieri, colocar através de emenda, mas isso se tornaria inconstitucional. Aí sugerimos que o prefeito mandasse um substitutivo com esse aumento de 18%. Aí a vereadora, quando viu que iria perder o debate, pediu vistas do projeto”, afirmou.

“Eu falei que ela era oportunista e outras palavras que foram dirigidas a ela também, a uma parlamentar, e não a uma vereadora mulher. Nada justifica eu ter me alterado. Eu sou autor da lei do dia de combate ao feminicídio. Eu também tentei colocar a lei de aluguel social para as mulheres acometidas por violência doméstica. Eu tenho trabalho em defesa da mulher. Nada pode me colocar como um agressor de mulher. Aquelas palavras eu não poderia ter dirigido a uma mulher. Eu entendo o excesso. Isso tudo eu reconheço”, complementou o vereador.

Conforme a denúncia que será lida na sessão desta segunda-feira, a vereadora Ideiva pede que a câmara de Lucas tome “todas as medidas cabíveis” e aplique contra o vereador as “penalidades estabelecidas na lei federal e no regimento interno”. A sessão começará às 8h. Desde a semana passada, Marcos Paulista está de licença médica, em razão de ter contraído dengue.

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