O prefeito Emanuel Pinheiro não foi afastado do cargo, há pouco, pela câmara municipal, que rejeitou, por 13 votos a 9, o relatório da CPI do Paletó, que também visava abrir processo de cassação do seu mandato por ter recebido propina quando era deputado estadual, em 2013, dentro do Palácio Paiaguás, para apoiar o governo Silval. Adevair Cabral (PTB), Orivaldo da Farmácia (PP), Adilson da Levante (PSB), Aluízio Leite (PV), Chico 2000 (PL), Xavier (PTC), Juca do Guaraná (MDB), Justino Malheiros (PV), Luís Claudio (PP), Marcrean Santos (PP), Mário Nadaf (PV), Renivaldo Nascimento (PSDB) e Toninho de Souza (PSDB) votaram para não afastar o prefeito alegando que a propina foi recebida enquanto ele foi deputado e que o caso está sendo tratado em órgãos de informação.
Foram favoráveis Abílio Júnior (PODE), Clebinho Borges (PSD), Diego Guimarães (Cidadania), Felipe Wellaton (Cidadania), Lilo Pinheiro (PDT), Marcelo Bussiki (DEM), Sargento Joelson (SD), Kero Kero (PODE) e Dilemário Alencar (PODE) destacando o vídeo que mostra Emanuel embolsando e provas de obstrução de justiça. Os vereadores Vinicius Hugueney (SD) e Ricardo Saad (PSDB) estiveram ausentes. O presidente da Câmara, Misael Galvão (PTB), não vota, informa a Gazeta Digital.
Conforme Só Notícias já informou, o relatório foi apresentado durante a última reunião da CPI realizada na sexta-feira (10) pelo vereador Sargento Joelson e teve o voto favorável do vereador Marcelo Bussiki (DEM), presidente da comissão. O vereador Toninho de Souza, relator, apresentou relatório também, mas foi voto vencido. Sargento Joelson elaborou um relatório paralelo apontando que o vídeo, independentemente do período em que foi gravado, comprova que Emanuel Pinheiro agiu com conduta incompatível com a dignidade e o decoro do cargo que ocupa. Segundo ele, Emanuel inclusive cometeu infrações éticas, já que o vídeo atinge a credibilidade e a respeitabilidade da prefeitura de Cuiabá perante a sociedade e demais instituições. O relatório apontou que ele atuou para dificultar os trabalhos da CPI do Paletó. Por essa razão, Joelson pediu pela abertura de processo político-administrativo e o afastamento de Emanuel Pinheiro durante o período em que o processo ocorrer. “Com respaldo no que estabelece na Constituição do Estado de Mato Grosso e considerando os diversos embaraços criados pelo prefeito Emanuel Pinheiro, em parceria com o senhor Allan Zanata, para dificultar a colheita de provas e até mesmo para anular as poucas existentes, voto pela suspensão liminar do exercício do mandato do prefeito municipal de Cuiabá pelo prazo de até 180 dias, ou até a conclusão do processo”, disse, anteriormente, Joelson.
O vereador Marcelo Bussiki defendia a inclusão do crime de improbidade administrativa nas acusações, já que Emanuel Pinheiro se “enriqueceu ilicitamente e causou prejuízo ao erário ao ter recebido dinheiro fruto de propina”. Além disso, apontou que o prefeito “fez parte de uma organização criminosa, já que estava junto ao grupo de deputados que, agindo de forma associada, obtiveram vantagens indevidas e cometeram crimes graves, que foram flagrados no vídeo”.