A nova denúncia da ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino de que 283 parlamentares estariam envolvidos no esquema irregular de compra de ambulâncias foi recebida com cautela por membros da comissão de sindicância da Câmara. Maria da Penha foi presa na semana passada pela Polícia Federal durante a Operação Sanguessuga.
O relator da comissão, deputado Robson Tuma (PFL-SP), disse que ainda não é possível dizer que a denúncia tem consistência. “Tudo que ela disse tem que ser avaliado com cautela. Dizer número e nomes neste momento poderíamos incorrer em injustiças.”
O deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) desconfiou das informações de Maria da Penha. Segundo ele, a ex-servidora tentou usar este material para conseguir a delação premiada –redução ou isenção de pena– no Ministério Público Federal e, como não obteve sucesso, fez uma nova tentativa no STF (Supremo Tribunal Federal).
Na semana passada, o advogado de Maria da Penha teria conversado com o ministro Gilmar Mendes sobre a lista. “Como o Ministério Público e o STF não aceitaram a lista em troca da redução da pena, ela agora tenta fazer este jogada com a comissão de sindicância. Se os dois órgãos recusaram é porque tem algum problema neste material.”
Na avaliação de Carimbão, a servidora está querendo apenas a “redução da pena”.
Neste momento, a comissão ouve Luiz Antônio Trevisan Vedoin, filho de Darci José Vedoin, sócio da Planam. Darci foi o primeiro a depor e afirmou que seu filho era o responsável pela contabilidade da Planam, principal beneficiária da venda de ambulâncias superfaturadas.