A Ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso tem sido um dos principais canais de denúncias dos cabos eleitorais que trabalharam mas dizem não ter recebidos dos candidatos, derrotados e eleitos, no pleito de outubro. Uma estatística do número de casos ainda não foi divulgada, mas apesar da corte já ter manifestado que o julgamento é de competência da Justiça do Trabalho, por se estabelecer relação empregado/empregador, eles não param de chegar.
Os valores cobrados variam. Em uma das últimas relações no edital de intimação divulgado pelo TRE, em um dos casos um homem cobra de um candidato a deputado federal R$ 2 mil por serviços prestados na coordenação de campanha desde 10 de julho até o pleito. Conta ainda que receberia o valor do combustível gasto, contudo, justificou que as cópias dos contratos ficou com o postulante.
Em outro caso, uma mulher cobra apenas R$ 50 de um candidato ao governo. Destacou que trabalhou como fiscal de escola, mas não foi assinado nenhum contrato e que, apenas, foi tirada cópia do RG. Registrou, ainda, que, no dia do pagamento, todos receberam, menos ela e seu padrasto.
O Ministério Público do Trabalho em Cuiabá já informou ao TRE a instauração de procedimento tendente a apurar a prática de irregularidades trabalhistas na campanha eleitoral de um candidato a deputado federal. Uma cabo eleitoral disse que ela e seus colegas foram obrigados a trabalhar mesmo debaixo de chuva, sem nenhuma proteção em 4 de setembro. Declarou que se recusou e ao questionar as condições de trabalho foi demitida.
O Ministério Público Federal também já abriu procedimento preparatório eleitoral com objetivo de apurar o eventual não pagamento de cabo eleitoral por parte da campanha de um candidato a deputado federal.