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Bush faz visita rápida ao Brasil, elogia Lula e promete reaproximação

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trocaram elogios e prometeram estreitar as relações entre os dois países, em um reunião privada neste domingo pela manhã, em Brasília.

O encontro foi marcado por um ambiente cordial e pela manifestação dos dois países de trabalhar em conjunto para aprofundar as democracias do continente e por regras mais justas para o comércio internacional.

Antes do churrasco na Granja do Torto, Bush destacou a relação entre os dois países, afirmando que “nós somos duas das maiores democracias do mundo e temos a obrigação de trabalhar juntos para promover a paz e prosperidade.”

Lula, por sua vez, disse que “a presença do presidente Bush entre nós expressa em grau elevado o aprofundamento do diálogo entre os nossos governos”.

O presidente defendeu a política externa brasileira de fortalecer as relações com os países em desenvolvimento, mas afirmou que ela não compromete as relações do Brasil com os grandes países desenvolvidos.

“Quando da minha eleição para presidente, não faltaram alguns para prever a deterioração das relações entre Brasil e Estados Unidos. Equivocaram-se redondamente. Ao contrário, nossas relações atravessam hoje um de seus melhores momentos”, disse Lula.

Bush também não poupou elogios, afirmando que está impressionado com as reformas econômicas e os resultados das políticas de crescimento brasileiras.

Livre comércio

Um dia depois do fracasso das negociações sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) na Cúpula em Mar del Plata, o presidente americano ressaltou a importância do livre comércio para a geração de empregos.

Para o presidente americano, a melhor maneira de eliminar a pobreza no mundo é avançar na rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, que no mês que vem vai discutir liberalização do comércio internacional em uma reunião em Hong Kong.

O Brasil defende que a questão dos subsídios agrícolas pagos nos países ricos, atualmente em discussão na OMC, seja decidida antes que se negocie a criação da Alca.

“Coincidimos que a redução e a eventual eliminação dos subisídios agrícolas é a chave para o equilíbrio da rodada”, disse Lula.

“Estamos empenhados em eliminar de forma negociada entraves injustificáveis em nosso comércio bilateral. Estamos levando este mesmo espírito de parceria para as discussões comerciais multilaterais.”

“A conclusão da rodada até 2006 é prioridade de EUA e Brasil”, disse Lula.

De acordo com Bush, os Estados Unidos já deram o primeiro passo oferecendo a redução dos subsídios. Ele disse que agora, Brasil e EUA esperam a proposta da União Européia.

O presidente americano também lembrou que a liberalização do comércio nas Américas é importante para que os países do continente possam competir com potências como China e Índia.

Churrasco

Bush procurou demonstrar simpatia e lamentou não poder viajar mais e conhecer as belezas do Brasil, mas afirmou que estava animado para o churrasco “à moda antiga” na Granja do Torto que, segundo ele, traria lembranças de casa.

“Essa tem sido uma viagem muito construtiva, porque gosto de trabalhar com o senhor (Lula), porque o senhor é franco em nossas discussões e porque juntos podemos fazer algo de bom não só para nossos países, mas para o mundo.”

Lula anunciou que os dois presidentes decidiram avançar em “campos estratégicos” e citou como exemplo o início de uma cooperação de alto nível entre Brasil e EUA na área de ciência e tecnologia e o aprofundamento de parcerias educacionais nas áreas de biodiversidade e agricultura.

“No campo da saúde, vamos abrir novas frentes de cooperação no combate a moléstias como malária, tuberculose, aids e ameaças como a pandemia de gripe aviária.”

Depois do encontro, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que Bush e Lula conversaram informalmente e de forma genérica sobre a Venezuela.

Segundo Amorim, Bush voltou a dizer que o Brasil é um interlocutor importante e essa interlocução entre líderes é algo útil para a própria democracia na região e para o convívio entre os países.

No domingo à tarde, Bush fez uma palestra para convidados no hotel em que estava hospedado, e às 18h, hora local, ele seguiria viagem para o Panamá.

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