Mato Grosso deve continuar fazendo ajustes para minimizar os impactos da crise econômica do Brasil no Estado. A análise foi feita pelo secretário de Fazenda, Paulo Brustolin, que destaca que alguns setores já apresentam uma forte desaceleração, mesmo o estado tendo feito um ajuste fiscal muito grande em 2015. Diante de um novo agravamento da crise, ele não descarta a realização de um novo ajuste, que pode implicar em outro enxugamento e mais uma reforma na máquina pública. “Se isso for necessário, nós faremos para que o estado não perca toda sua eficiência e não entre em descontrole como tem acontecido com alguns estados brasileiros”.
Brustolin ressalta que a desaceleração tem ocorrido mesmo com os ajustes feitos pela atual gestão, ao longo de 2015 e que a queda de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano passado, pior resultado nos últimos 25 anos, tem forte responsabilidade neste sentido. “Nós cortamos despesas, revisamos vários contratos, para que pudéssemos estabilizar um estado que começou o ano de 2015 numa situação dramática do ponto de vista financeiro. Entretanto, vejo que precisamos continuar fazendo os ajustes para que o estado não seja tão afetado quanto o Brasil está sendo nesse momento. Mesmo com tudo que fizemos, Mato Grosso não está imune à grande crise que se abate sobre o país”.
Para o secretário, o resultado do PIB não é nada mais do que uma amostra do equívoco que é a política econômica do governo federal. O resultado disso é o descontrole dos gastos públicos que faz com que a União deva, no momento, cerca de R$ 1 bilhão referente ao FEX para Mato Grosso. “Essa é uma demonstração clara de que a gestão do Brasil não vai bem, de que a condução do nosso país infelizmente não tem sido a melhor possível, e isso se reflete todos os dias nas ruas desse país”.
A ausência destes recursos faz com que o Estado não consiga se reenquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), por exemplo. A saída para minimizar os problemas e manter Mato Grosso com as contas em dia é usar a responsabilidade e a criatividade, pontua o secretário. “Veja que mais de 14 estados do Brasil, para driblar a crise, subiram logo de cara a alíquota do ICMS para 18% no ano passado. Mato Grosso não fez isso, nossa alíquota é de 17%”. Neste sentido, o decreto 380, que altera a forma de cobrança do imposto, e que teve seus efeitos suspensos até julho, tem sido alvo de grande debate. “Nós queremos sim igualdade de condições, nós queremos um mercado no qual não tenhamos privilégios para nenhum grupo econômico em detrimento de outros”.