O presidente do diretório estadual do PV, José Roberto Stopa, vai ingressar na Justiça com pedido de interpelação para que o suplente de senador eleito, José Medeiros, (PPS) revele quem o ameaçou de morte numa reunião partidária feita na sexta-feira (3) que previa a alteração das suplências na chapa que elegeu ao Senado o ex-procurador da República Pedro Taques (PDT).
A medida é uma resposta à declaração de Medeiros dada numa entrevista coletiva em Rondonópolis (212 Km ao Sul de Cuiabá) de que foi colocado contra a parede ao resistir em assinar um documento a ser enviado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT) que alterava a ordem de suplentes e beneficiaria o empresário Paulo Fiúza (PV) que sairia da segunda para a primeira suplência. "Recebi o recado de que ou eu assinava ou levaria um tiro na cara. Decidi levar ao conhecimento público porque estou preocupado com a segurança da minha família", denunciou.
"O que houve foi um erro material da assessoria jurídica que substituiu erroneamente o Zeca Viana que já era segundo suplente pelo José Medeiros. Os materiais de campanha sempre informaram a posição correta das suplências. Não há motivos para estardalhaços", comentou Stopa.
O dirigente partidário assegura ainda que o pedido de interpelação a ser encaminhado na Justiça se deve ao "restabelecimento da verdade". "Queremos saber quem do Partido Verde ameaçou o José Medeiros conforme o próprio tem declarado. Nossa legenda não pode ser submetida a atos de vandalismo ou que atente contra valores como a vida, o que veio a ser declarado publicamente".
O episódio é considerado o primeiro estopim na crise de relacionamento dos partidos que compõem a Coligação Mato Grosso Melhor Pra Você (PSB-PDT-PPS-PV). O presidente do diretório estadual do PSB, o deputado federal Valtenir Pereira declarou que houve alteração de sua assinatura no processo de registro de candidaturas dos suplentes que formaram a chapa de Pedro Taques (PDT). Todo o imbróglio pode motivar candidatos derrotados ao Senado encaminhar a Justiça Eleitoral pedido de cassação do registro de candidatura de Taques por suposta falsidade ideológica.
Apesar da briga pela primeira suplência, os quatro partidos mantém o discurso de união após apoiarem as candidaturas do empresário Mauro Mendes (PSB) ao governo do Estado e Pedro Taques (PDT) ao Senado na eleição deste ano. A meta é construir em conjunto projetos políticos visando as eleições de 2012 e 2014.
O presidente do diretório estadual do PPS, deputado Percival Muniz não vê motivos de crise que possa culminar no afastamento dos partidos em projetos futuros. "O que percebo é que está ocorrendo um barulho acima do normal diante de uma questão que já está sendo resolvida internamente", comentou. O parlamentar informou ainda que não vai tomar providências disciplinares contra Medeiros pelas declarações.