O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (DEM), não deve decidir sozinho se vai recorrer da decisão judicial que proíbe a posse do deputado Guilherme Maluf (PSDB) como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), proferida no sábado pelo juiz da Vara de Ação Civil Pública e Popular de Cuiabá, Bruno Marques, a pedido do Ministério Público do Estado que não aceita como ilibada a reputação de Maluf, indiciado na Operação Rêmora sob a suspeita de receber R$ 40 mil em propina.
Ontem a procuradoria jurídica da Assembleia entrou com um recurso no Tribunal de Justiça contestando a decisão em primeira instância, mas, ao longo do dia, Botelho se arrependeu e declarou que iria pedir a retirada do recurso até que se reunisse com a Mesa Diretora e com o Colégio de Líderes para tomar uma decisão em conjunto, o que pode acontecer ainda hoje.
Maluf foi a indicação da Assembleia para a vaga do conselheiro aposentado Humberto Bosaipo num processo traumático realizado na semana passada. Ele derrotou o primeiro-secretário da Casa, Max Russi (PSB), por um voto de diferença e ficou com a vaga em votação no plenário.
O Ministério Público fez uma notificação recomendatória à Assembleia para não efetivar a nomeação de Maluf. Diante do silêncio do parlamento, a promotoria provocou o judiciário que atendeu à solicitação e determinou ao Legislativo, Executivo e TCE que não efetivem o deputado no cargo de conselheiro.