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Blairo vê com otimismo possibilidade de vinda de fábrica da Petrobras

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O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, não tem dúvidas de que a Petrobras construirá uma indústria de fertilizantes até o final da década em Cuiabá ou nas cidades de Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande. O otimismo de Maggi foi manifestado após audiência com o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, na sede da empresa, no Rio de Janeiro. Mato Grosso disputa com Mato Grosso do Sul a indicação do local para sediar a indústria, mas leva vantagem em diversos critérios técnicos, além de ser o estado brasileiro que mais consome fertilizantes (4,1 milhões de toneladas em 2004).

“Saímos daqui bastantes animados com a afirmação do presidente da Petrobras, que se comprometeu a utilizar critérios técnicos para decidir a questão. Segundo ele, o estado e a cidade que apresentarem melhores condições de logística, de tributos, etc, serão os vencedores do pleito. Diante dessa definição, Mato Grosso tem 100% de chances de conquistar a indústria”, analisou o governador, otimista.

Blairo Maggi e sua comitiva formada pelo prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, pelo secretário estadual de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, pela senadora Serys Slhessarenko, um deputado federal, cinco deputados estaduais e um vereador, também ouviram do presidente da Petrobras a informação de que a crise política e econômica da Bolívia pode atrasar o início das obras da indústria, prevista inicialmente para 2007. No entanto, nem isso reduziu o entusiasmo do grupo.

“O presidente José Eduardo Dutra deixou claro que existem empecilhos pela frente, como a questão da política de gás  da Bolívia e o fato de que o governo pode decidir utilizar o gás como prioridade para produção de energia elétrica, para evitar possíveis apagões, em vez de utilizá-lo para produzir uréia. No entanto, ficou claro para nós que o projeto vai sair. Se não for em 2007, pode ir um pouquinho para frente. A decisão estratégica da Petrobrás é montar essa fábrica de uréia no Centro-Oeste e aí o Mato Grosso leva vantagem”, afirmou o governador.

A frente de políticos que apóia a construção da indústria, um projeto de US$ 628 milhões, também saiu satisfeita do encontro.

“A implantação dessa indústria em Mato Grosso vai representar um reconhecimento da Petrobras com o Estado, que nunca foi contemplado com um investimento dessa natureza”, disse o prefeito Wilson Santos (PSDB).

Já a senadora Serys Slhessarenko ressaltou que a indústria reduzirá o preço do fertilizante no Brasil, que é 70% mais caro do que no Uruguai e na Argentina.

 

O secretário Alexandre Furlan acrescentou que a indústria servirá para reduzir o déficit de produção de uréia no Brasil, que hoje é de 1,8 milhão de toneladas.

A indústria terá como matéria-prima o uso do gás natural para a fabricação de uréia e amônia, transformados posteriormente em fertilizantes. A estimativa é de que a empresa terá um consumo diário de 2,4 milhões de metros cúbicos de gás natural, além de, após sua implantação, gerar três mil empregos diretos, impostos e divisas para o Estado que a sediar.

Entre as diversas vantagens oferecidas pelo Mato Grosso está o fato de que o estado tem condições de fazer um preço mais competitivo na comercialização do gás, além de ser um ótimo mercado. Das cerca de 1 milhão de toneladas por ano de fertilizantes que a indústria deve produzir, Mato Grosso consumirá cerca 300 mil toneladas/ano.

Com a instalação da indústria em uma das três cidades da Grande Cuiabá — Cáceres foi descartada por estar na região do Pantanal, o que acarretaria problemas ambientais — os agricultores e pecuaristas do estado economizariam no mínimo US$ 50 por tonelada de fertilizante, equivalente ao que é pago pelo frete do produto atualmente.

Também participaram do encontro na Petrobras o deputado federal Lino Rossi (PP), os deputados estaduais Alencar Soares (PP), Campos Neto (PP), Humberto Bosaipo (PFL), Silval Barbosa (presidente da Assembléia Legislativa – PMDB), Verinha Araújo (PT) e o vereador Valtenir Pereira (PT).

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