O governador Blairo Maggi sugeriu, na manhã desta quarta-feira (20.04), aos dirigentes da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso) e da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso), que seja feito um levantamento das dívidas dos agricultores mato-grossenses. É para saber quem são os devedores e para quem eles devem, sejam para as tradings ou para os segmentos de fertilizantes e agroquímico. Maggi participou da reunião organizada pela Famato e outras entidades do setor para discutir a crise que o setor da agricultura vem atravessando com a quebra da safra por causa da estiagem, dos altos custos e que são agravados pela ferrugem asiática.
Os organizadores e produtores presentes à reunião cobraram uma posição do Governo Federal, que esteve representado pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin. Também participaram da reunião o prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti (PPS), o presidente da Famato, Homero Pereira, da Fundação MT e da Agrishow Cerrado 2005, Hugo de Carvalho Ribeiro, os presidentes da Aprosoja, Rogério Salles, da Aprosmat (Associação dos Produtores de Semente de Mato Grosso), Evandro Silveira, João Luiz Pessa, da Ampa, o vice-presidente da Abimaq, Rubens Moraes, o presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis, Olavo Aguiar, o superintendente estadual do Banco do Brasil, Dan Conrado, e os secretários de Estado Otaviano Pivetta (Desenvolvimento Rural) e Cloves Vettorato (Projetos Estratégicos).
Durante a reunião, Maggi e os presentes puderam ouvir o relato de produtores de diferentes regiões do Estado sobre as dificuldades que estão enfrentando. O governador disse que o levantamento é necessário porque há situações diferentes. “Não dá para generalizar. Cada situação deve ser analisada”, disse Maggi.
Falando como produtor, ele citou o Grupo Amaggi, que, a exemplo das tradings multinacionais, financia os produtores, emprestou cerca de US$ 120 milhões na última safra e, desse montante, apenas US$ 1,2 milhão deixaram de ser acertados pelos produtores.
“Tem que ver com outras tradings como está a situação”, afirmou Maggi. Com esses dados na mão, pode-se estabelecer uma estratégia de negociação com os credores. “Vivemos hoje num mundo capitalista e as negociações devem ser feitas diretamente com os credores. Deve-se dizer que não se tem como pagar e acertar um prazo para quitar a dívida”, acrescentou.