O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, disse nesta segunda-feira que está disposto a conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em busca de soluções para o desmatamento. Na semana passada, Minc disse que o Mato Grosso é o estado que mais desmata a Amazônia.
– Tenho conversado bastante com o presidente sobre esse assunto. A imprensa noticiou que ele teria reunião com Minc, mas não tivemos ainda confirmação por parte do estado. Mas essa discussão é aberta. Por mais bate-boca que houve com o ministro nos últimos dias não há qualquer ressentimento. Vou conversar sobre o assunto quando for convidado ou se o ministro quiser vir ao Mato Grosso para fazer uma reunião. Estamos abertos, os homens públicos precisam conversar, senão os outros pagam a conta, e isso é errado – disse Maggi, em entrevista à rádio CBN.
Maggi negou que o governo estadual seja complacente com a devastação, e disse que os índices de desmatamento na região diminuíram nos últimos três anos.
– O estado tem uma ocupação secular. Nunca tivemos redução tão grande do desmatamento quanto agora. Quando olha ano a ano reduzimos 70% de 2005 para cá. Agora, se você começa a tirar como se fosse tirar febre de alguém, você vê os picos. Da relação de um mês para outro pode haver variação. O estado tem feito o combate, não somos favoráveis a ações ilegais. A acusação de que o governo do estado e os produtores não fazem sua parte não é verdade.
O governador declarou que o pagamento por serviços ambientais pode ser uma solução para a região. Por essa proposta, os proprietários de terra seriam remunerados pela preservação da floresta.
– Estarei no dia 7 e 8 em Washington com algumas ONGs que põem um preço no hectare preservado. Em vez de desmatar, o produtor vai receber para fazer a preservação. O problema é aliar preservação ambiental com pressão econômica. Obviamente são pontos conflitantes, preservar ou produzir – afirmou o governador