O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, quer criar uma frente formada por oito governadores ligados ao agronegócio para pleitear uma solução definitiva para a crise do setor, junto ao governo federal. A crise, segundo Maggi, deve provocar redução de 20% a 30% na área plantada com soja, milho e algodão no Estado na próxima safra. O Pacote Agrícola divulgado pelo governo federal na semana passada dá fôlego, mas não resolve o problema do setor, disse o governador. “A crise volta do mesmo jeito em 2007”, declarou.
A proposta do governador é uma nova securitização, com emissão de títulos públicos federais com vencimento entre 15 e 20 anos. “Precisamos fechar a proposta para formar essa frente e ter maior poder de barganha junto ao governo federal”, afirmou o governador, que acredita que os problemas do setor são provocados pelo desequilíbrio cambial. Ele mencionou a necessidade de desmontar o “cartel dos insumos agrícolas”. “Os argentinos pagam 15% a 20% menos do que pagamos pelos mesmos agroquímicos”, exemplificou.
O preço do diesel, que passou de US$ 0,35 para US$ 1 por litro, é considerado outro vilão pelo governador de Mato Grosso. Por fim, Maggi criticou a falta de investimento em logística e a atual política de biossegurança do governo federal, que, segundo ele, impossibilita a aprovação de novos tipos de transgênicos no Brasil. Diante desse cenário, Maggi estima que o custo de produção da soja em Mato Grosso atinja 71 sacas por hectare e a situação do milho é ainda menos animadora. “Minha empresa está pensando em nem colher a produção, pois só o custo da colheita não compensa. Vale mais a pena atear fogo na lavoura.”