Alguns setores da política mato-grossense, bem como algumas entidades de classe e políticos com mandato eletivo já estão se preparando para uma espécie de “esquenta” para pedirem a cabeça da presidente Dilma Rousseff (PT) no dia 13 de março, uma data estrategicamente planejada para, mais uma vez, exigirem o fim do governo do PT. Em Mato Grosso, a novidade vem do senador Blairo Maggi, que integra os quadros do PR e até então era aliado da presidente, mas agora se posicionou publicamente favorável ao impeachment da petista.
Vestindo uma camiseta do “Movimento Muda Brasil”, um dos organizadores dos protestos contra o governo Dilma, Maggi virou motivo de críticas e debates nas redes sociais e no aplicativo de celular WhatsApp. Principalmente porque fazia parte da base de sustentação da presidente Dilma e nas campanhas eleitorais anteriores, apoiou a eleição e reeleição da petista.
Diferentemente das manifestações realizadas ao longo de 2015, quando não se manifestou publicamente, Blairo agora vestiu a camisa e “abraçou a causa”. “Todos aqueles que não estão de acordo com o governo, com a situação econômica que estamos vivendo nesse momento, que quer uma mudança precisa ir para rua porque o Congresso Nacional poderá e fará sua parte, mas só se mexerá se tiver um apoio popular bastante forte. Portanto, vem você para rua e muda Brasil”, diz o senador em um vídeo de 28 segundos, no qual conclama a população insatisfeita com o governo Dilma Rous-seff a sair às ruas no dia 13.
Também representante de Mato Grosso em Brasília, o senador José Medeiros (PPS), desde que assumiu a vaga em janeiro de 2015, que era de Pedro Taques (PSDB), se posicionou contrário ao governo Dilma. “Dia 13 eu vou fazer minha parte, dia 13 eu vou pra rua. Do jeito que está não podemos ficar, o Brasil precisa de cada cidadão e quero convidar você a sair da rede social, a sair do Facebook, a sair do Twitter e ir para rua mostrar sua indignação com esse governo que está acabando com o Brasil. Espero você lá”, diz Medeiros num vídeo que também circula pelas redes sociais.
Vale dizer, que Blairo e Medeiros, após divulgarem os vídeos chamando a população para protestar contra a gestão Dilma Rousseff, viraram alvos de memes que também circulam pelo WhatsApp lembrando que ambos estão envolvidos em episódios, no mínimo, polêmicos.
Blairo é investigado em um inquérito sigiloso da Operação Ararath que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) enquanto Medeiros é pivô no episódio de suposta fraude na ata das eleições de 2010, quando os nomes dos suplentes do então candidato Pedro Taques (à época PDT) teriam sido trocados. Dessa, forma, Medeiros que seria o 2º suplente ficou como 1º e assumiu a vaga com a renúncia de Taques. O caso continua sendo contestado na Justiça Eleitoral.