O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, participa, neste momento, da audiência pública conjunta das comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ele vai explicar as denúncias reveladas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, e detalhar as medidas tomadas pelo governo.
Ontem à noite, em Lucas do Rio Verde, onde participou do Show Safra, o ministro disse que "a comunidade Européia, neste momento, está restrita suspender a compra das 21 empresas (de diversos Estados) que nós mesmos embargamos, que não podem embarcar para lugar nenhum e que estamos fazendo nova vistoria nos processos deles. Por enquanto, está restrito a isso. O governo trabalha para a restrição ficar nestas 21 tanto por parte da comunidade Européia quanto da China. É o que desejamos. Hoje consegui acertar isso com Argentina, Uruguai e Chile todos restritos nos 21 Sifs (sistema de inspeção federal). Foram mais de 30 países que foram mandados produtos para lá. Fizemos comunicado geral e agora estamos respondendo questionamentos (individuais)", afirmou.
Blairo afirmou que existe a apreensão das empresas de saber a extensão do problema e das restrições. "Se a Comunidade Européia, a China manterem essa posição, creio que em 10, 15 dias começamos a voltar a normalidade. Mas se não acontecer aí as consequências serão ainda mais graves", analisou. Hong Kong, um dos principais importadores, também fez embargos para as empresas investigadas pela Polícia Federal com mandados judiciais cumpridos em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. 33 pessoas, a maioria servidores do ministério da Agricutlrua, envolvidos em esquemas de fraudes em fiscalização de alimentos, foram afastados.
A operação foi deflagrada na última sexta-feira (17) e apura o envolvimento de frigoríficos em um esquema criminoso que subornava fiscais federais para que fosse autorizada a comercialização de produtos que já estavam em condições impróprias para consumo.
A autora do convite a Blairo Maggi na CAE foi a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que disse estar preocupada com os impactos da Carne Fraca sobre a cadeia produtiva de carnes e também com a forma de divulgação da operação. Na CRA, o autor do pedido foi o senador Lasier Martins (PSD-RS) que quer discutir as medidas adotadas pelo Ministério da Agricultura em relação às denúncias reveladas.
Desde a deflagração da Operação Carne Fraca, países como China, Chile e a Coreia do Sul anunciaram restrições à importação de carne brasileira. A reação do mercado internacional e também a grande repercussão da operação no Brasil motivaram reuniões do presidente Michel Temer no fim de semana.
O ministro Blairo Maggi também tem mantido uma agenda intensa de reuniões com segmentos envolvidos nas denúncias da operação e anunciou a suspensão da licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na operação. O governo federal tem argumentado que as fraudes representam um “fato isolado” e que a inspeção brasileira é “forte, robusta e séria”.
(Atualizada às 14:13h)