Cinco dias antes de renunciar ao cargo para disputar uma vaga no Senado, o governador Blairo Maggi (PR) prestou conta dos sete anos e três meses de mandato e defendeu a realização de um plebiscito para aprovação do projeto de Zoneamento Sócioeconômico Ecológico (ZSEE) de Mato Grosso. Também apresentou pela primeira vez publicamente propostas para se tornar senador.
O governador afirmou se sentir satisfeito com o desempenho da administração. Alegou que o Executivo fez o possível dentro das condições financeiras e políticas do Estado. "Realizamos o que estava dentro de todas as nossas possibilidades. Fizemos mais do que estava previsto em alguns setores, cumprimos a maioria dos compromissos e o Estado está numa situação diferente da que peguei ao assumir o cargo no mês de janeiro de 2003".
Maggi ponderou ainda que a dívida pública não permitiu mais avanços, porém, defendeu a renegociação feita pelo ex-governador Dante de Oliveira (1995/2002) sob argumento de que o Estado estava quebrado. Ao longo dos últimos sete anos, Mato Grosso pagou mais de R$ 6 bilhões por causa do endividamento, seus juros e débitos com terceiros.
Blairo admitiu ainda que grande parte dos investimentos feitos na infraestrutura de Mato Grosso só saiu do papel graças ao Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab).
Muito criticado pelo setor produtivo até 2002, ele disse que foi contra a ação proposta na justiça por sindicatos que visavam até aquele momento suspender a cobrança.
O governador deixará o cargo no dia 31 depois de enfrentar um dos momentos mais difíceis desde que assumiu o Palácio Paiaguás, que foi a anulação das primeiras provas do concurso público para nomeação de mais de 10 mil novos servidores públicos. A última fase foi realizada no último final de semana sem registrar qualquer problema.