O governador Blairo Maggi já comunicou ao presidente Luís Inácio Lula da Silva que seu candidato a prefeito em Cuiabá deve ser o petista Carlos Abicalil, novo presidente do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso. O apoio ocorrerá mesmo o seu partido, o PR, já tendo lançado o nome do deputado estadual Sérgio Ricardo, atual presidente da Assembléia Legislativa, para a sucessão do prefeito Wilson Santos, do PSDB. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo site do jornalista Cláudio Humberto, que trata dos bastidores da Capital da República.
A inclinação pelo nome de Abicalil faz sentido a partir do grande projeto nacional que os articuladores de Maggi estão evidenciando para as eleições de 2010, quando o governador deixará o cargo para disputar uma vaga ao Senado Federal ou vir a ser o candidato a vice-presidente. Maggi já foi citado como opção para compor chapa com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousself, e vem sendo assediado pelos governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, ambos do PSDB.
Na semana passada, uma alta fonte com acesso às articulações do Palácio Paiaguás revelou o assédio político que Maggi vem sofrendo – e gostando, evidentemente. Com isso, deixou claro como seria o comportamento da sigla governista nas eleições municipais. “O partido que está no Governo precisa ter a paciência e a inteligência de acomodar os interesses aliados e dos companheiros da base. Assim sendo o PR terá que abrir mão de muitas candidaturas em muitos lugares porque ainda teremos mais de dois anos depois das eleições municipais e não podemos abrir enfrentamentos agora” – recomendou.
Em outras palavras, Maggi deixa claro o que todos mais ou menos já sabem: que a eleição em Cuiabá passa por Carlos Abicalil. O parlamentar federal não deverá enfrentar maiores problemas para conseguir a indicação. Simplificando: o PR não terá candidatura própria na capital. E se tiver, serviria apenas para “ajudar” no processo político para alavancar Abicalil para o segundo turno contra Wilson Santos – mesmo quadro pintado em 2004. Pode se repetir!
A princípio, o deputado Sérgio Ricardo já estaria sabendo da articulação governista. O político, apesar de ter se cercado de todas as “garantias” para seguir junto ao governador no novo partido, no começo do ano, tinha como certo de que seu projeto político era mesmo de risco. A exemplo do que foi em 2004, quando saiu candidato no grupo do governador e viu o eventual apoio que teria migrando até para a candidatura de Wilson Santos, que chegou à Prefeitura de Cuiabá. Por mais que negue, Sérgio negocia a possibilidade de ocupar uma vaga, a partir de fevereiro, no Tribunal de Contas do Estado (TCE), deixando o caminho livre para o PR.