Licenciado há cerca de dois meses do Senado, depois de iniciada a crise com a bancada governista do governo federal em razão do posicionamento divergente da presidente Dilma Rousseff (PT) que vetou o projeto que flexibiliza as normas para a criação de novos municípios no país, Blairo Maggi (PR) diz não se intimidar com a pressão do Governo.
Desde o início do ano legislativo a pauta do Congresso permanece trancada, principalmente em razão da bancada governista do Senado, que provocou a obstrução da votação na primeira sessão deste ano com a ameaça de falta de quórum. Desde então, não há entendimento quanto à votação e o governo federal aumentou a pressão sobre seus parlamentares, influenciando até mesmo nas composições estaduais.
Diante da situação, começou a tramitar um substitutivo do projeto, de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que deve ser submetido à avaliação do plenário do Senado nos próximos dias, quando Maggi ainda não terá retornado à casa.
Apesar de ser pessoalmente cobrado pela presidente, que o trata com certo favoritismo, inclusive intervindo para tentar convencê-lo a disputar o Governo de Mato Grosso, o republicano afirma que se estivesse no cargo quando o assunto entrou na pauta do Congresso ou se lá estiver quando a matéria for votada, será favorável à derrubada do veto ou à criação de novos municípios.
“Não interessa pressão do governo federal, lá cada um é individual, tem que tocar sua vida”, destacou.
O senador pondera que se o questionassem sobre a criação de municípios em estados como Paraná ou Rio Grande do Sul, por exemplo, seria contrário. “Agora, aqui em Mato Grosso, que você tem distrito distante 300 quilômetros da sede; se você for ao Pará, Castelo dos Sonhos fica distante 1,2 mil quilômetros da sede, ora, isso é uma insanidade”, explicou.
Assim como Maggi, seu suplente, Cidinho Campos (PR), também se declarou favorável à derrubada do veto. O mesmo posicionamento foi adotado pelo senador de oposição, Jayme Campos (DEM).
Contudo, no caso de Maggi, o posicionamento contrário ao governo federal representa uma preocupação especial à Dilma, já que ela tem nele um grande aliado em Mato Grosso, que por sua vez, vem sendo tratado como campo estratégico em sua busca à reeleição. Além disso, o governo federal já reconhece a hegemonia política do parlamentar no Estado.
O republicano chegou a declarar que não poderia apoiar o pré-candidato ao Governo, senador Pedro Taques (PDT), justamente por sua postura oposicionista em relação à gestão da petista que, segundo ele, era antagônica à sua.