O governador Blairo Maggi divulgou nota contestando as declarações do novo ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, esta manhã, que “o governador de Mato Grosso é o maior produtor de soja do mundo. Se deixar, ele planta soja até nos Andes. Não é mole”.
Blairo considerou “descabidas, inoportunas, extemporâneas e impróprias para um ministro de Estado” as declarações. “Em primeiro lugar, é preciso esclarecer ao futuro ministro que o governador de Mato Grosso não é ‘o maior produtor de soja do mundo’ e tampouco possui propriedades nos Andes. É um produtor, sim, mas suas propriedades produzem estritamente em respeito às legislações ambientais do Estado e do país”.
Também afirmou que Mato Grosso possui uma das mais avançadas legislações ambientais do país, vem reduzindo seguidamente a abertura de novas áreas para produção, e se esforça no sentido de compatibilizar as atividades produtivas com a preservação ambiental.
“O próprio INPE, que divulgou dados errados sobre desmatamento em Mato Grosso, contestados cabalmente por levantamentos in loco realizados pela Sema, admitiu publicamente que havia se equivocado. Mas a atitude inconseqüente do órgão, que não teve o cuidado de avaliar corretamente as imagens de satélite antes de tornar públicos os seus dados, já havia causado enormes e irreversíveis prejuízos à imagem do Estado de Mato Grosso e do Brasil”, acrescentou.
O governador também apontou que se percebe a existência de uma ação coordenada contra Mato Grosso, que seria alimentada por um “preconceito contra o setor produtivo”, que acaba sendo penalizado por ser o responsável pela produção dos alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros.
“Mato Grosso é o único estado que firmou protocolos com os setores produtivos da soja, do algodão, da cana-de-açúcar e da pecuária que estabelecem normas de preservação de áreas de reserva ambiental, de nascentes, de matas ciliares e de recuperação de áreas degradadas”, enfatizou.
“Não cabem, portanto, as surpreendentes declarações do futuro ministro, que em nada contribuem para o diálogo, para um debate maduro da sociedade brasileira que leve à implementação de uma política ambiental que contemple os interesses maiores do povo brasileiro”, concluiu.
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