O senador Blairo Maggi (PR) e o ex-secretário Eder Moraes, devem ser ouvidos entre os dias 23 e 27, pelo juiz Marcos Faleiros, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado da capital, no caso conhecido como ‘Escândalos dos Maquinários’, ocorrido em 2009, quando Maggi era governador. O caso gerou um rombo de mais de R$ 44 milhões aos cofres públicos.
Quem também deve ser ouvido pelo magistrado na próxima semana é o atual secretário de Segurança do Estado, Mauro Zaque. O gestor estadual atuou como promotor e autor da acusação, decorrida na aquisição de 705 caminhões e máquinas agrícolas feitas pelo Governo do Estado. Além disso, os acusados fizeram petições para questionar o relatório dos engenheiros da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que constataram irregularidades na aquisição e na composição dos preços. A compra feita fazia parte do programa “MT 100% Integrado”.
Blairo e Eder chegaram a ser réus da ação, no entanto, foram absolvidos pelo então juiz federal, Julier Sebastião da Silva em março do ano passado. A decisão foi proferida um pouco antes do ex-magistrado deixar o cargo para tentar a candidatura para governo do Estado, pelo PMDB. Atualmente, Julier sinaliza intenção de disputar a prefeitura da Capital, em 2016.
Julier entendeu que Maggi e Eder não tinham conhecimento da fraude e julgou improcedentes as acusações impostas contra os dois réus.
Na mesma ocasião, os ex-secretário Geraldo de Vitto foi condenado pelo ato de improbidade administrativa acatado por Julier. A ação civil pública foi proposta pelo juiz Antônio Sebastião Gaeta, da Justiça Federal. Em processo, o magistrado questionou o contrato de financiamento firmado entre o executivo estadual e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), no valor de R$ 241 milhões, utilizado na compra das máquinas.
O mesmo ocorreu com o também ex-secretário de infraestrutura, Vilceu Marchetti, assassinado em julho passado pelo caseiro, no Distrito de Mimoso, município de Santo Antônio do Leverger (34 km ao sul da capital).
Ainda na decisão, os ex-secretários foram condenados a pagar uma multa de R$ 10 mil cada um, além da devolução do montante de R$ 44 milhões com correções monetárias. Eles também tiveram os direitos políticos suspensos por cinco anos.
Na ação popular, além dos ex-secretários, dez empresas fornecedoras dos maquinários também figuram como réis do caso. Todas foram condenadas a devolverem o mesmo montante superfaturado.