O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, está em Copenhague para defender que o mecanismo de REDD entre para o texto final do acordo que deve sair da COP15. Ele considera que seu estado é um dos mais preparados para receber o os recursos provenientes desse tipo de incentivo à preservação florestal.
Blairo já foi nacionalmente criticado pelas altas taxas de desmatamento no Mato Grasso e teve desentendimentos públicos com o ministro Carlos Minc, do Ministério do Meio Ambiente, no que se referia à proteção de florestas. Hoje, a imagem pública do governador é outra. Há quem diga que ele viu na sustentabilidade mais uma forma de atrair recursos financeiros. Seja qual for o motivo, seu trabalho tem sido elogiado.
Ele contou que o desflorestamento matogrossense caiu de 2 mil Km² em 2005 para mil km² atualmente. O valor ainda é alto, mas a redução precisa ser considerada. “Agricultores e pecuaristas vêm fazendo uma conta simples do custo de oportunidade de preservar a floresta”, diz. “Temos a expectativa de que a floresta em pé valerá mais”.
De acordo com ele, Mato Grosso é o maior produtor de soja e algodão e o segundo maior produtor de milho do país e utiliza apenas 8% de seu território para a agricultura e mais 25% para a pecuária.
Ele reforça que a área de conservação do estado é de 64% e que o mecanismo de REDD seria uma maneira de incentivar que os agricultores que podem desmatar os 20% de suas terras, permitidos pela legislação brasileira, não o façam. Blairo diz que áreas indígenas e unidades de conservação também seriam beneficiadas com os recursos.
Sua intenção é deixar pronta, antes de sua saída do governo em abril do ano que vem, uma legislação subnacional que dê condições para que o REDD possa funcionar.
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