O governador Blairo Maggi pediu neste sábado a vice-governadora Iraci França que se prepare para assumir o Governo do Estado provavelmente entre agosto e setembro para concentrar todas as atividades na campanha eleitoral. Durante Encontro Estadual do PPS, que definiu a formação do Diretório Regional, neste sábado, Maggi deixou claro que está esperando uma disputa eleitoral aparentemente difícil, raivosa, com críticas e acusações. Mas que está disposto a encarar a briga. Ao discursar, o governador deu mais ou menos o tom que pretende implementar contra a oposição para se defender dos ataques.
Exemplo: “Casa Arrumada é de nego relaxado que joga o lixo de baixo do tapete. Agora estamos tirando o lixo e pagando a dívida” – disse, em tom de desabafo o governador. Foi a primeira vez que o próprio governador usou um tom mais ardido para falar do seu antecessor. Nem mesmo na revelação do chamado “Escândalo da Caixa Preta”, quando apareceram números comprometedores da ação governamental de então, Blairo usou de tamanha dureza contra Dante de Oliveira, Antero de Barros e companhia limitada.
Maggi sabe que oposição forte virá mesmo com o PSDB. Do PT não espera muita coisa a não ser ataques. Contra o partido do presidente Lula, no entanto, a artilharia virá mesmo de cima. Então, hoje, a preocupação é mesmo com os tucanos. Chegou a dizer que Dante foi o que pior poderia ter acontecido para Mato Grosso. O grosso das dívidas e o endividamento do Estado, segundo deixou claro o governador, quase engessaram sua administração. Exemplo cabal são os empréstimos que foram apurados junto ao Governo da Itália para construção de pontes – incluindo a Sérgio Motta. Dessa dívida a gestão passada “não pagou um único centavo sequer”.
O governador, por sua vez, já ouviu também o tom que o PSDB pretende usar na campanha eleitoral. Do lado de lá não ouvirá coisas boas. Maggi vai enfrentar crítica as promessas que fez em palanque e que não foram ainda implementadas, como a questão da carga tributária. Além disso, pegará pela frente denúncias quanto ao comportamento político-administrativo de alguns colaboradores, vide os demitidos por supostos envolvimentos em crimes contra a administração pública. Por isso, Maggi quer, na pior das hipóteses, estar livre para correr o Estado e levar a mensagem da reeleição e, ao mesmo tempo, se defender das críticas.