Depois de praticamente assegurar a direção-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit) com a aprovação do nome do economista Luís Antônio Pagot na Comissão de Serviço de Infra-Estrutura do Senado Federal, o governador Blairo Maggi disse que Mato Grosso vai lutar para indicar outros nomes para os altos escalões em cargos federais. Foi ao defender a aproximação com Governo Federal. Segundo ele, Mato Grosso “precisa ter uma relação de rapidez e confiança com a União, para que as coisas possam acontecer de forma mais favorável”.
O governador de Mato Grosso defendeu a melhora dos serviços de alguns órgãos federais, entre eles o Departamento Nacional de Transportes Terrestres (Dnitt), a Eletronorte, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo ele, essas instituições “têm grande importância para o estado, e são muito mais importantes em futuras conversas com o Governo, do que cargos de ministro”. Maggi não citou eventuais nomes.
Maggi já sinalizou que irá discutir a nomeação de cargos que sejam de interesse do estado que governa. “Mato Grosso depende de projetos estruturantes. Obras que, uma vez concretizadas, vão alavancar grande produção e propiciar diminuição de custos para o estado”. Entre elas, menciona a ferrovia que liga Rondonópolis a Cuiabá.
Na avaliação do governador, a participação de Mato Grosso no Governo “poderia ser uma forma de ajudar a limpar o entulho da legislação para que as coisas comecem a andar”. O assunto, segundo ele, será objeto de conversas com o governo. Entre os problemas que o governador cita como dificultadores do desenvolvimento de seu estado estão os ambientais. Especificamente, cita o caso da rodovia entre o leste e o oeste do estado, que pode encurtar o caminho de Rondônia com o norte do Mato Grosso. O trajeto da rodovia atravessa uma reserva indígena.
Não será fácil, mas também não é impossível. A indicação de Pagot para o Dnit, por exemplo, integrou o pacote político de apoio do governador de Mato Grosso a reeleição de Lula em segundo turno. Tal fato, inclusive, gerou a saída de Maggi do antigo partido, o PPS. Interlocutores dizem que Maggi está muito próximo de Lula e chegam ao ponto de dizer que o governador de Mato Grosso é um dos nomes que a articulação do Palácio do Planalto têm para a disputa presidencial, provavelmente para uma eventual vice. Publicamente, no entanto, Maggi diz que “pendura as chuteiras” ao final do seu mandato. De qualquer forma, pode garantir mais espaço no comando central.
Maggi se disse satisfeito com o resultado da sabatina do economista Luís Antônio Pagot, indicado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva para ocupar o Dnit. A sabatina aconteceu no começo da semana. Ele acredita que Pagot no Dnit ganha a população brasileira. “É um profissional de muitas qualidades na área e um a pessoa ética e integra” – frisou o governador, que esteve presente à reunião da Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal.