Resultados das eleições deste ano podem levar o governador Blairo Maggi (PR) a permanecer até o último dia de seu mandato. Mas esse não é o único motivo, a crise econômica mundial e a necessidade de resgatar compromissos assumidos nas eleições de 2002 e 2006 também estão entre as prioridade do chefe do Executivo e do seu partido o PR que poderá ser beneficiado com a decisão juntamente com os partidos coligados. É o próprio governador que faz essa avaliação.
Hoje existe a consciência de todos, segundo Blairo, que os resultados eleitorais não prestigiaram a nenhuma sigla, por mais que alguns declarem ter sido vitoriosos e serem favoritos a sucessão em 2010. O PSDB e PMDB seriam os que mais desejam. Só que eles e os demais sabem que sem um consistente e amplo arco de alianças dificilmente conseguem conquistar o cargo mais cobiçado em nível de Estado.
Blairo tem repetidamente dado sinais claros que não tem uma decisão tomada quanto ao seu futuro, apesar de ter admitido a possibilidade de deixar o mandato um ano antes de sua conclusão, isto antes dos resultados das eleições. “É uma coisa que ainda terei que analisar”, explica o governador.
Nesse mesmo ritmo, os presidentes do Partido da República, Moisés Sachetti e do Democratas, Oscar Ribeiro reconhecem que o momento não é propicio para se abrir discussões sob futuro eleitoral, ainda mais após os resultados dos pleitos, mas negam de que exista um “racha” ou a iminência de ambos os partidos caminharem em separado. “Cada um está lambendo suas feridas e em alguns dói mais que nos outros”, acrescenta Sachetti aproveitando a carona de Oscar Ribeiro, que disse “não haver outro rumo para os dois partidos”. Ele justifica as críticas do senador Jaime Campos (DEM) como pontuais e Moisés Sachetti como reflexo das eleições, mas não retirando o mérito e a importância delas.
Do outro lado da disputa está o PSDB na confortável posição de ter não apenas um, mas dois favoritos candidatos à presidência da República o que ajuda e muito na definição de uma candidatura própria que repousaria no nome do prefeito reeleito por Cuiabá Wilson Santos (PSDB), ou mesmo num eventual aliado, também o senador Jaime Campos já que a preferência nacional do PSDB é pela coligação com o DEM e até mesmo com o PMDB.