O presidente do PMDB de Mato Grosso, Carlos Bezerra, e o recém-filiado no partido, Valtenir Pereira, fizeram um acordo sobre a votação no impeachment da presidente Dilma, no domingo, que envolveu a manutenção de aliados em cargos no governo federal. Os dois teriam combinado indicar ao governo mesmos aliados para ocupar os mesmos cargos de segundo escalão. Bezerra, que era defensor de Dilma desde o primeiro mandato, vinha sinalizando votar contra o impeachment, mudou de lado e foi favorável. Valternir foi contra o afastamento.
A informação foi divulgada, ontem à noite, pela Globo News, através da jornalista e comentarista política Cristina Lobo, uma das mais conceituadas do país. "Valtenir Pereira votou com o Governo e Carlos Bezerra votou com Temer. Olha que ponto chegamos! Achei essa história muito exemplar com o que vem acontecendo com o presidencialismo de coalizão. Então, a presidente tentou fazer o jogo, mas não conseguiu levar minimamente uma minoria de 172 que faria com que ela sobrevisse na Câmara", analisou a jornalista.
Não foram informados quais cargos Bezerra e Valtenir reinvidicaram ou já emplacaram titulares. Na semana passada, o governo nomeou diversos políticos para cargos no primeiro, segundo e terceiro escalões.
A mulher de Carlos Bezerra, Tete Bezerra, vinha ocupando uma diretoria no Ministério do Turismo (cargo de terceiro rescalão). Bezerra tinha outros apadrinhados ocupando cargos em órgãos federais em Cuiabá.