Um dia após a aprovação na Câmara Federal da abertura do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), o líder do PMDB de Mato Grosso, deputado estadual Carlos Bezerra, disse que o motivo ao qual votou favorável ao processo. Para ele, o clima na política brasileira está insustentável e radicalizado com a falta de articulação e sincronia do Executivo com o Congresso Nacional.
Bezerra acha que com o vice-presidente Michel Temer no comando do país, a solução para a crise econômica e política será resolvida. "O PMDB tem o presidente da Câmara e do Senado. O Temer tem muito mais traquejo e trânsito no Congresso. Com a Dilma não tinha diálogo, ela é muito fechada. A habilidade do Temer irá facilitar muito e a tendência é melhorar".
Apesar de querer a saída de Dilma Rousseff da presidência, o deputado mato-grossense afirma que Dilma é honesta e não teria cometido nenhum crime de responsabilidade fiscal. "O meu partido estava quase todo envolvido nisso. Ela só não estava conseguindo governar o Brasil. Não se pode compará-la com o senador Collor de Mello que sofreu impedimento porque ele fez uma festa para comemorar um roubo de R$ 1 bilhão".
Quanto ao processo que foi encaminhado para o Senado, esta tarde, o parlamentar prefere não opinar qual será o resultado. "Por enquanto não mudou nada, agora é com o Senado. Eu não sei como os senadores irão se portar. Mas este ambiente tem que acabar e o diálogo tem existir".
Na análise do deputado, caso o PT deixe de governar o país, Michel Temer terá um grande obstáculo, devido a magnitude do Partido Trabalhista. "O PT é um partido forte e eles sabem fazer oposição juntamente com o PCdoB, Psol, Rede e outros com apelo popular grande, principalmente nas áreas sindicais e com os trabalhadores".
Bezerra aposta que o PT já teria o tema para a campanha de 2018, por causa do processo de impedimento. "O tema de campanha será o golpe e irão trabalhar nisso".