O secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, anunciou na tarde desta segunda-feira que será o candidato do Campo Majoritário à presidência do partido nas eleições do próximo dia 18 de setembro.
O presidente nacional da legenda, Tarso Genro, desistiu hoje de disputar as eleições pela chapa, já que não houve acerto na composição do Campo Majoritário.
Ele havia afirmado que só ficaria na chapa se o ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), saísse. “Para algumas pessoas é possível [manter Dirceu na chapa]. Para mim, não dá.”
Genro continuará a presidir normalmente o partido até o PED (Processo de Eleições Diretas), conforme compromisso assumido na reunião do Diretório Nacional quando ele substituiu José Genoino.
“Vou envidar todos os meus esforços para garantir um processo eleitoral tranqüilo, que garanta as condições de igualdade a todas as tendências nas eleições internas do partido”, afirmou.
Esquerda
Segundo o deputado estadual Raul Pont (PT-RS), candidato pela corrente DS (Democracia Socialista), a desistência de Tarso vai fortalecer a esquerda do PT. “Uma eventual substituição de Tarso por Berzoini aumenta as chances de a esquerda do partido ir para o segundo turno”, avaliou. “Tarso teria mais legitimidade. Sua candidatura seria bem mais ampla que a de Berzoini.”
Pont ainda manifestou solidariedade ao esforço feito por Tarso para tirar de sua chapa todos aqueles envolvidos em irregularidades. “A intransigência destes envolvidos está colocando em risco a sobrevivência do PT.”
Para o deputado, as “pessoas honestas” do Campo Majoritário, corrente que hoje domina o partido, “deveriam cobrar o afastamento de José Dirceu, Delúbio Soares [ex-tesoureiro], Silvio Pereira [ex-secretário-geral] e Paulo Rocha [deputado do Pará], entre outros, de sua chapa nacional”.
Silvio Pereira pediu desfiliação do partido no dia 22 de julho.