Preocupados com novas derrotas do governo no plenário do Senado, líderes da base aliada deram início às articulações para evitar o naufrágio da indicação do economista Luiz Antonio Pagot para a diretoria-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Trânsito). A votação da indicação de Pagot foi adiada duas vezes na semana passada pelos senadores em meio à obstrução de partidos de oposição à presença do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência da Casa.
Além de conter os ânimos da oposição, os aliados agora têm que domar o chamado “fogo amigo”, já que grande parte da bancada do PMDB rejeitou esta semana medida provisória do governo que criou a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, chefiada pelo ministro Mangabeira Unger.
A base aliada fechou acordo com a oposição para votar na semana que vem uma série de indicações a cargos públicos, entre eles o nome de Pagot. Alguns líderes analisam a possibilidade de inversão nas votações, para que a indicação de Pagot não seja a primeira a entrar na pauta.
O nome do economista encontra resistências na oposição, que acusa Pagot de envolvimento em uma série de irregularidades fiscais. O nome de Pagot foi indicado este ano pelo PR (Partido da República) em meio à reforma ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para administrar um dos maiores orçamentos do segundo escalão do governo.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a base aliada vai insistir na votação da indicação de Pagot. “Vamos votar todas as autoridades que estão na pauta, como indicações para a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] e o DNIT. O governo mandou vários nomes e luta pela aprovação deles”, afirmou.
Esta semana, o acordo firmado com a oposição conseguiu liberar a pauta de votações do Senado. Os parlamentares aprovaram cinco medidas provisórias que trancaram a pauta da Casa, além do projeto de resolução que acaba com sessões secretas nas votações de processos de cassação.
Os senadores também vão retomar, na próxima semana, a discussão da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que acaba com o voto secreto no Congresso. Não há consenso para a votação da proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que acaba com todas as votações secretas no Legislativo.
Partidos da base aliada e da oposição querem manter as votações secretas em casos como a análise de vetos presidenciais.