Mais de três meses após a posse do governador Mauro Mendes (DEM) no governo de Mato Grosso, cargos de segundo escalão da gestão ainda são ocupados por aliados do ex-governador Pedro Taques (PSDB) ou por funcionários de carreira que entraram no lugar de quem não se sentiu à vontade para continuar no novo governo. Em Sinop, por exemplo, a única mudança anunciada, por enquanto, é do delegado Bráulio Junqueira, funcionário concursado, que assumiu o comando da delegacia regional de Polícia Civil. Na Ciretran, Valdir Sartorello pediu exoneração, mas não foi anunciado substituto para a função. Outros órgãos regionais, como Sema, Ciretran, Indea, Secitec em várias cidades, como Sinop e Alta Floresta, ainda contam com funcionários nomeados pelo governo anterior.
Oficialmente, o governo não fala em prazo para efetuar trocas e diz que as decisões serão tomadas por cada pasta. Na base política de Mauro Mendes, a situação já gera desgaste e até cobrança do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), que pediu uma definição do governo nos próximos meses.
“Conversei como governador, com o secretário-chefe da Casa Civil, até porque a cobrança não é minha, a cobrança vem do deputado Romoaldo, da deputada Janaína, enfim, vem de todos os deputados que são da base do governo”, disse Dal Bosco.
O deputado ressaltou que entende a necessidade de Mauro Mendes concentrar os esforços no saneamento das contas do Estado, mas pontuou que as trocas não causam impacto financeiro nos cofres estaduais. “Nós sabemos que é início de governo, mas nós temos que alterar. O mesmo custo daquele profissional que está lá, trabalhando numa Ciretran, por exemplo, no interior do estado, pode ser um que tenha a mesma capacidade, que seja técnico, que tenha conhecimento, mas que seja uma pessoa que defenda o governo Mauro Mendes”, acrescentou. Dal Bosco confirmou que em alguns locais, alguns apoiadores do governador chegam a ser motivo de chacota de quem está empregado por indicação da gestão passada.
“O deputado Romoaldo Júnior, que me deu liberdade para falar em seu nome, quando ele vai ao município dele, Alta Floresta, a pessoa que está na Secitec, que está no Hospital Regional, a pessoa que está na Sema, elas são servidores que são do governo passado. E nós temos que alterar, até porque quem defende o governo aqui no parlamento é o deputado Romoaldo Júnior, que é lá do município de Alta Floresta”, concluiu.