Uma ação minuciosamente costurada entre os 11 parlamentares da bancada federal mato-grossense com o governador Silval Barbosa (PMDB) buscará demover a presidente Dilma Rousseff (PT) da determinação de incluir o Estado no corte brusco de recursos previstos para vários setores, com mira certeira sobre a área de infraestrutura. Em encontro da bancada, realizado ontem no gabinete do senador Blairo Maggi (PR), em Brasília, na presença de Silval, foram delineados pontos fundamentais para deflagração de estratégia sobre o governo federal. Na linha de defesa de recursos, o Estado se "impõe e faz exigências" como a compensação de espaço perdido no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com a saída do ex-diretor-geral, Luiz Antônio Pagot (PR).
A reunião foi costurada pelo coordenador da bancada federal, deputado Wellington Fagundes (PR). O parlamentar disse que é preciso encontrar denominador em comum, com possibilidade de alinhamento entre os governos federal e estadual. Ele articula novo encontro para dar prosseguimento à ação "tática". Senador Jaime Campos (DEM) faz questão de frisar a importância de ser ampliada a luta por maior remessa de verba e critica posição do governo federal de ajuste orçamentário.
O deputado federal Homero Pereira (PR) também está à frente das ações encampadas pela bancada para assegurar, no mínimo, a manutenção dos valores estimados para o Estado em setores estruturantes. Um dos itens mais discutidos na reunião se deu em torno do corte previsto para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de aproximadamente R$ 2,5 bilhões, que atinge o Estado de maneira brusca. Mas outros reflexos negativos são temidos, ligados ao espaço deixado no Dnit. "Perdemos o maior interlocutor, que era o Pagot". O parlamentar lembra que a força do partido se coloca à disposição para defesa dos interesses do Estado, na batalha travada contra o aperto de cinto.