Apesar de comemorar o início da votação da Reforma Política, discutida durante esta semana na Câmara dos Deputados, os parlamentares mato-grossenses reconhecem o pouco avanço que houve no sistema eleitoral brasileiro até então. Entre os pontos já votados, a principal mudança foi a aprovação do fim da reeleição para o Executivo. Manteve-se o sistema de voto proporcional, financiamento misto de campanhas, restringindo a doação de empresas apenas a partidos e não mais para candidatos, mas um dos temas mais polêmicos e que dividiu a opinião da bancada foi a manutenção das coligações partidárias para as eleições proporcionais.
“Existia um debate muito grande para o fim das coligações, mas no final acabou mantendo como antes. Então, entendemos que nessa Reforma Política, na verdade, haverá pouquíssimas mudanças”, avaliou o coordenador da bancada federal de Mato Grosso, deputado federal Ezequiel Fonseca (PP).
Para o deputado federal Fábio Garcia (PSB), o fim das coligações era um dos pontos mais importantes para o avanço da Reforma Política. “Acho que reforma tem que levar a gente para uma diminuição de número de partidos sob vários aspectos”, ponderou. Conforme o parlamentar, é preciso que o Brasil tenha partidos com bandeiras consistentes e grande número de filiados para, assim, poder construir e amadurecer a democracia.
O deputado federal Nilson Leitão (PSDB) também foi favorável ao fim das coligações. “Tem de existir partido que tenha número completo para disputar o Legislativo”, destacou. De acordo com ele, muitas coligações são formadas em busca do maior tempo possível para a propaganda na televisão. “Eles acabam se vendendo e isso vira balcão de negócios”, disse. Ele defende uma redução para 15 partidos políticos. “Não é possível existir 34 ideologias no país”, ressaltou.
Presidente do diretório estadual do Pros, o deputado federal Valtenir Pereira se declarou favorável às coligações partidárias. “Acho que é importante porque você fortalece as opções para o eleitor e fortalece também os partidos. Partidos que são grandes hoje foram pequenos antigamente e os pequenos hoje podem ficar grandes”, disse.
Ele ainda afirma que o Brasil é multicultural e ainda tem espaço para os diferentes programas debatidos pelos diversos partidos existentes. Fonseca ressalta que, consta na Câmara dos Deputados, um documento que comprova que mais de 200 parlamentares da Casa foram eleitos por partidos pequenos, lembrando o apelo por parte destas siglas durante a votação no sentido de que seria mais democrático deixar que a minoria possa buscar condições de voto.