A auditoria realizada pela consultoria KPMG aponta que o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não é autossuficiente e dependerá de contraprestação do governo do Estado para sua viabilização. O valor gira em torno de R$ 37,5 milhões ao ano a ser desembolsado pela administração estadual.
“Conclui-se que com a introdução do VLT e de acordo com a tarifa base de R$ 3,60, o sistema integrado VLT-ônibus não é autossuficiente, ou seja, mesmo que analisado de forma integrada, haverá necessidade de subsidiar o sistema de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande. Para efeito deste trabalho foi considerado que este subsídio será alocado integralmente ao contrato do VLT”, aponta trecho do estudo.
“Em termos de esforço financeiro do Estado para viabilizar o Projeto, conclui-se que para o Cenário Base, a contraprestação anual é de cerca de R$ 37.570.000 no primeiro ano de operação, a preços de dezembro de 2015”, diz outro trecho da auditoria.
Ainda segundo o documento, entre custos operacionais e despesas administrativas, o VTL custará anualmente R$ 78,9 milhões.
O VLT deveria ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014. Em março de 2015, o governo do Estado juntamente com os Ministérios Públicos Federal e Estadual ingressaram com uma ação na Justiça Federal contra o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande. A justiça determinou a suspensão do contrato e autorizou a contratação de uma empresa independente para avaliar valores para retomada da obra, padrão tarifário e operacionalização do modal. Após processo licitatório, a empresa KPMG foi selecionada e iniciou os trabalhos em novembro do ano passado.
A KPMG foi responsável por apresentar relatórios detalhados ao Estado sobre a viabilidade financeira do modal, o cronograma de término de obras, a estimativa de demandas de operação durante os próximos 20 anos, proposta de integração do modal à matriz de transporte de Cuiabá e Várzea Grande, como também o cronograma de desembolso do Estado para implantação do VLT.