Foi suspensa a primeira audiência de instrução e julgamento marcada para hoje na ação penal em decorrência da operação Aprendiz que tem o vereador cassado João Emanuel (PSD) e o ex-deputado estadual Maksuês Leite entre os réus. O motivo foi a falta de notificação de parte dos réus, suas defesas e também de testemunhas. Apesar disso, todos os réus que compareceram à 7ª Vara Criminal de Cuiabá estavam acompanhados de seus respectivos advogados.
Entre as testemunhas que compareceram, tinham vários servidores da Câmara de Cuiabá e também o presidente da Casa, o vereador Júlio Pinheiro (PTB). Contudo, a defesa de João Emanuel pediu a dispensa de Pinheiro e assim foi feito. Dos seis réus, pelo menos dois não compareceram, o ex-deputado Maksuês Leite e o advogado Rodrigo Terra Cyrineu. No caso do advogado, ele conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso nesta quarta-feira para trancar o processo em relação a ele.
No rol de testemunhas arroladas pelas defesas estão o deputado estadual Mauro Savi (PR), o advogado José Antônio Rosa, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), o ainda deputado federal Eliene Lima (PSD) e o ex-secretário de Gestão de Cuiabá, Pascoal Santullo Neto.
Também foram chamadas para serem testemunhas a empresária Ruth Hércia da Silva Dutra e o policial civil Wilton Brandi Holemwerger Júnior, cedido pelo Governo do Estado à Prefeitura de Cuiabá para trabalhar na segurança orgânica da administração municipal. Eles são considerados pivôs do episódio da gravação de um vídeo que flagrou João Emanuel, ainda na condição de presidente da Câmara, numa conversa com Ruth, explicando como fazia para fraudar processos licitatórios no Legislativo Municipal.
João Emanuel estava acompanhado do irmão, o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima, uma vez que o jurista Eduardo Mahon que também patrocina sua defesa não compareceu, pois afirmou não ter sido notificado para a audiência. Também são réus no processo o ex-secretário-geral da Casa, Aparecido Alves de Oliveira (Cido Alves), Renan Moreno Lins Figueiredo que era o chefe do Almoxarifado da Câmara e ainda Gleisy Ferreira de Souza, ligado à Gráfica Propel.
O objeto principal da ação é o suposto de desvio de R$ 1,6 milhão de dinheiro público da Câmara Municipal de Cuiabá em conluio com a Propel Comércio de Materiais para Escritório Ltda, nome fantasia Gráfica O Documento, de propriedade do ex-deputado Maksuês Leite. As audiências estavam previstas para terem continuidade nos dias 30 de janeiro, 2, 6 e 9 de fevereiro, sempre a partir de 13h30.